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José Maria Marin é preso na Suiça por esquema de corrupção na Fifa
José Maria Marin, cartola da FIFA e ex-presidente da CBF é preso na suíça. Famoso como embolsador de medalhas alheias, foi preso com mais uma turma de dirigentes corruptos da FIFA na Suiça, a pedido da justiça dos EUA, em um grande esquema de propinas envolvendo a entidade máxima do futebol.
FIFA, Governança Global e a Copa do Mundo no Brasil
Por Luciana Ballestrin
A realização da Copa do Mundo no Brasil é uma das muitas comprovações das teses críticas e céticas sobre o poderoso – e simpático! – conceito de Governança Global, elaborado nos anos 1990. Basicamente, a ideia era a de sustentar e legitimar a horizontalidade de arranjos e multiplicidade de atores globais na condução de uma “governança sem governo”, isto é, demonstrar que a nova ordem mundial multipolarizada caminhava para uma concertação de interesses cada vez mais convergentes e distantes de um mundo maniqueísta, autoritário e bélico. Governo? Uma palavra muito dura e até ultrapassada, com autoridade vinculante a um determinado território… No mundo político, a palavra Governança veio a captar um estágio bastante particular do sistema-mundo capitalista.
Copa do mundo no Qatar em 2022 deverá ser regada a sol e sangue
O calor extremo não é único problema em realizar a Copa do Mundo de 2022 no Qatar. A Confederação Sindical Internacional (CSI) estimou que o auge da construção precedendo o Mundial de 2022 no Qatar possa levar à morte de 4000 ou mais trabalhadores migrantes.
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ERick
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1/20/2014
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TV Globo, sonegação e negócios obscuros
Tentativa de burlar Fisco parece clara. Mas emissora pagou multa ou tentou driblá-la? E pagou suborno a Havelange e Teixeira?
Por Inês Castilho
Não apenas multinacionais norte-americanas e europeias sonegam impostos de seus países por meio de operações fictícias realizadas na economia clandestina. Também a Globo, nossa “vênus platinada”, usou o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas para “disfarçar” a compra dos direitos exclusivos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 sob a rubrica contábil de “investimentos e participação societária no exterior”.
Apanhada pelo Fisco, a emissora teria sido obrigada a desembolsar, em 2006, cerca de 615 milhões de reais (274 milhões de multa, 157 mi de juros de mora e 183 mi de impostos não pagos). Depois de ver a notícia sobre o auto de infração vir a público – por investigação do repórter e blogueiro Miguel do Rosário – a Globo afirmou semana passada, em nota oficial a Ricardo Feltrin, colunista do UOL, ter feito o pagamento – sem contudo admitir que sonegou.
“Todos os procedimentos de aquisição de direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 pela TV Globo deram-se de acordo com as legislações aplicáveis, segundo nosso entendimento. Houve entendimento diferente por parte do Fisco”, informou a emissora. De fato, o entendimento da Receita Federal foi outro: “A pessoa jurídica realizou operações simuladas, ocultando as circunstâncias materiais do fato gerador de imposto de renda na fonte”, afirma página do processo 18471.001126/2006-14, obtida por Rosário.
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ERick
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7/09/2013
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Sobre as vaias contra a presidenta Dilma
Por Erick da Silva
As vaias contra a presidenta Dilma Rousseff na abertura da Copa das Confederações, antes do início da partida entre Brasil e Japão, são constrangedoras e deverão ser usadas como prova da "queda da popularidade da presidenta".
Não importa se o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi igualmente vaiado ao ter seu nome anunciado nos auto-falantes do estádio Mané Garrincha, em Brasília, o fato e a manchete já estão prontas, a imagem e o fato negativo já foram gerados. A situação de, sob vaiais, a presidenta Dilma não realizar o seu discurso e restringir-se apenas a falar: " Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações." é um fato de deverá ser explorado no imediatismo dos próximos dias. A classe média leitora da Veja conseguiu gerar seu factoide.
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ERick
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6/15/2013
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Para FIFA, somos todos corruptos
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Ricardo Teixeira e João Havelange foram denunciados por esquema de R$ 45 milhões em subornos |
Por Jamil Chade
Eu, você, minha avó e mesmo um recem formado cheio de sonhos ainda. Para a Fifa, não há diferença. Somos todos corruptos e equivalentes a “Teixeiras” e “Havelanges”.
Hoje, o Tribunal da cidade suíça de Zug publicou seu processo contra os cartolas brasileiros. R$ 45 milhões em subornos passaram por suas contas em oito anos. Mas o que mais surpreende no documento não são os valores ou a constatação da obviedade da corrupção que envolvia Havelange em seu reinado.
Em um dos trechos, o tribunal relata como os advogados da Fifa tentavam convencer os juizes em uma audiência de que não viam problemas com a atitude de Teixeira e Havelange e alegavam que a proposta da Justiça de que os cartolas devolvessem US$ 2,5 milhões para os cofres da organização seria impossível de ser implementada. Entre os vários motivos para não pedir o dinheiro de volta, os advogados da Fifa apresentaram um argumento surpreendente: o de que a “maioria da população” de países da América do Sul e África tem nos subornos e propinas parte de sua renda “normal”
Cito o trecho completo do argumento dos advogados da Fifa para não ficar dúvida: “Os representantes legais da Fifa são da opinião ainda de que implementar a devolução do dinheiro seria quase impossivel. Eles justificam isso, inter alia, com o argumento de que uma queixa da Fifa na América do Sul ou África dificilmente seria aplicada, já que pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população”.
Ou seja, Teixeira não devolveria o dinheiro porque, em nossa suposta “cultura”, todos temos parte da renda completada por subornos.
Não vamos confundir as coisas. A corrupção existe e é endêmica em nossa região e no Brasil, assim como na África. Mas também existe na civilizada Suíça, na gigante Siemens da Alemanha ou nos EUA.
O que une a muitos hoje em nossa região não é o fato de que recebemos um pedaço de nosso salário em forma de subornos, como insinua a Fifa. O que nos une é hoje a indignação diante dessa realidade e o fato de estarmos exaustos de ver dinheiro público enriquecendo certas pessoas.
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Joseph Blatter: o atual "chefe" da FIFA |
Querer agora justificar a dificuldade em receber o dinheiro de volta alegando que somos todos assim não é apenas surpreendente como argumento legal, mas uma ousadia que o tribunal simplesmente não aceitou e chegou a ironizar. A entidade sempre soube da corrupção e mesmo Joseph Blatter era o braço direito de Havelange. E a única atitude que tomou foi a de abafar os casos cada vez que surgiam.
Quando Jerome Valcke sugeriu que o Brasil recebesse um “chute no traseiro” pelos atrasos na Copa, ele tinha razão no conteúdo, mas não nas palavras usadas. Um vice-presidente do COI chegou a me dizer que a Fifa havia sido “racista” ao fazer o comentário do “chute no traseiro”, adotando um ar de superioridade. Na época, achei que ele exagerava e que não havia lugar para racismo escancarado assim. Mas lendo agora o comentário dos advogados diante de um tribunal, começo a pensar que ele poderia ter razão.
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Ricardo Teixeira é citado em escândalo sobre mercado negro de ingressos
Segundo jornal norueguês, presidente da CBF se encontrou com representante de empresa Euroteam considerada 'inimiga da Fifa' envolvida com o mercado negro de ingressos. Evidente que, sobre mais esta denúncia de maracutáia envolvendo o "Poderoso Chefão" do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira, nada foi noticiado (com o devido destaque) pelos "jornalões" do PIG.
Por LANCEPRESS!
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teve seu nome envolvido em mais um escândalo - desta vez, relacionado ao mercado negro de ingressos. O jornal norueguês "Dagbladet" revelou nesta segunda-feira que o dirigente brasileiro se reuniu no fim de 2009, na África do Sul, com um representante da Euroteam, empresa que revende entradas para eventos esportivos e culturais.
A companhia atua como uma espécie de cambista: compra ingressos e os revende a preços superiores. A Euroteam, inclusive, já foi acusada de adquirir entradas através de membros da Fifa, que as conseguem sem qualquer custo.
Além de Teixeira, o presidente da Conmebol, Nicolas Leóz, também esteve com um representante da empresa norueguesa. Os dois fazem parte do Comitê Executivo da Fifa. De acordo com o "Dagbladet", o funcionário da Euroteam deixou claro para ambos o que fazia e quais eram suas intenções.
Este teria sido o primeiro encontro do representante com Teixeira. Leóz já o conhecia de outra oportunidade.
A Euroteam foi apontada pela Fifa como sua principal inimiga no mercado de ingressos. Leóz, no entanto, demonstrou ter relação cordial com a companhia, segundo diálogo revelado pelo "Dagbladet".
- Ingressos? - perguntou o mandatário da Conmebol ao receber um convite do representante da empresa para um almoço.
O "Dagbladet" entrou em contato com a Euroteam para saber o propósito dos encontros. Perguntado se os dirigentes venderam ingressos, o representante da empresa disse que não comentaria e riu.
Procurados pelo diário norueguês, Ricardo Teixeira e seu assessor de imprensa, Rodrigo Paiva, não quiseram explicar o motivo do encontro com a Euroteam. Fifa e Leóz também não comentaram o assunto.
Escândalo em 2009
Em janeiro do ano passado, o mesmo "Dagbladet" revelou que o presidente da Concacaf, Jack Warner, fez negócios com a Euroteam em 2009. O dirigente pediu ingressos da Copa do Mundo à Fifa e os repassou para a empresa, em troca de parte dos lucros. No entanto, ele nunca foi pago.
O caso chegou a ser investigado pela Fifa. Durante reunião do Comitê de Ética da Fifa, na mesma época da denúncia, a relação entre Warner e Euroteam foi debatida, mas não houve qualquer punição.
Mais denúncias
Ricardo Teixeira foi citado em outros escândalos recentemente. O canal de televisão inglês BBC revelou no ano passado que o brasileiro recebeu suborno da extinta empresa de marketing ISL para apoiá-la na negociação de direitos de TV da Copa do Mundo.
A mesma emissora também afirmou que Teixeira chegou a admitir à Justiça suíça que recebeu, mas devolveu o dinheiro da ISL. A Fifa está sendo pressionada para divulgar os documentos que comprovam este e outros casos de suborno.
Em maio, Lorde Triesman, ex-presidente da Federação Inglesa de Futebol (FA), acusou Teixeira de ter pedido presentes em troca de seu voto na eleição para escolha da sede do Mundial de 2018. O brasileiro, através da CBF, negou o caso. A Fifa também inocentou o dirigente da acusação.
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Intolerância Religiosa: FIFA proíbe futebol feminino "muçulmano"
Com a decisão, seleção feminina de futebol do Irã é barrada da Olimpíada de 2012
O sonho iraniano de ter sua seleção feminina de futebol na Olimpíada de Londres, ano que vem, foi encerrado nesta segunda-feira.
O Irã não teria cumprido uma regra que diz respeito ao uniforme das jogadoras e elas entraram em campo usando o véu islâmico, o que é proibido pela Fifa.
Na sexta-feira, a equipe iraniana foi banida da partida contra a Jordânia, em Amã, antes do início do jogo classificatório aos Jogos de Londres-2012. A rival ficou com a vitória por 3 a 0, sem jogar.
A polêmica sobre as vestimentas das atletas do Irã acontece há mais de um ano. A Fifa baniu a equipe em abril passado por conta do plano de utilizar os lenços na cabeça.
De acordo com o código de vestimenta islâmico, o país exige que todas as mulheres cubram a cabeça em público.
As regras da Fifa para a Olimpíada de Londres proíbem manifestações políticas, religiosas, comerciais ou pessoais em qualquer língua nos uniformes.
"Na realidade, estes uniformes não tem nada de religioso, nem político, nem irá prejudicar nenhum jogador. Eles aprovaram [o uniforme] e Sepp Blatter aceitou isto e nossa participação na Olimpíada", diz Farideh Shojaei, responsável pelo futebol feminino da Federação iraniana.
A Federação iraniana recorreu à Fifa, mas nesta segunda-feira teve resposta negativa da entidade.
"A decisão da Fifa [de março de 2010], que permitiu que as jogadoras fossem autorizadas a utilizar algo que cobrisse a cabeça, mas não que tapasse as orelhas e o pescoço, continua em vigor", explicou a Fifa, por e-mail, à agência de notícias Reuters.
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BBC aponta Ricardo Teixeira envolvido em esquema de corrupção
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, é alvo de uma nova denúncia de corrupção. Além das gravidades das denúncias, chama a atenção o silêncio midíatico sobre este grave caso, este silêncio, pela importância que tem o futebol no Brasil é injustificável e escancara as ambíguas (para dizer o mínimo) relações entre a grande mídia e o "Don Corleone" do futebol brasileiro.
AS denúncias não são novas, documentos obtidos com exclusividade pela Agência Estado de uma corte na Suíça confirmam que cartolas da Fifa admitiram que receberam subornos milionários nos anos 90. A informação foi revelada em audiências diante do juiz da cidade de Zug, em um caso fechado no ano passado. “Nos procedimentos, os acusados negam responsabilidade criminal, mas não o recebimento dos fundos”, afirmou um dos documentos do Tribunal. A corte se recusa a dizer quem seriam os envolvidos, já que um acordo extra-judicial encerrou o processo.
Mas, ontem, a BBC colocou no ar um programa que revelou que os envolvidos seriam o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ex-presidente da Fifa, João Havelange. Ambos, segundo a tevê pública britânica, teriam fechado um acordo para impedir a publicação dos nomes dos envolvidos. A revelação foi ao ar enquanto Joseph Blatter, presidente da Fifa, insistia em discurso no Japão que a entidade era “limpa”. Em uma semana, ele enfrenta eleições na entidade e no centro do debate estarão as repetidas suspeitas de corrupção que envolvem a entidade.
Qual será o desenrolar destas novas e importantes revelações que vieram a tona é a grande questão. Esperamos, ainda que sem grandes esperanças, que sirvam para moralizar as corrompidas estruturas políticas do futebol.
Abaixo segue a matéria da BBC:

Teixeira, Hayatou e Leoz teriam recebido pagamentos de empresa
A Fifa está impedindo a divulgação de um documento que revela a identidade de dois dirigentes da Fifa que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça no ano passado.
Uma reportagem do programa de televisão Panorama, da BBC, apurou que um dos dois dirigentes é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que integra também o Comitê Executivo da Fifa.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que tentará ser reeleito para o cargo no próximo dia 1º de junho, declarou recentemente a adoção de uma política de "tolerância zero" para casos de corrupção.
No entanto, advogados que atuam em nome da Fifa estão contestando a decisão de um promotor de Zug, cidade no nordeste da Suíça, que determinou a divulgação de detalhes do caso.
O acordo encerrou uma investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da Fifa na década de 1990 por uma empresa de marketing esportivo, a ISL (International Sports and Leisure).
Até sua falência em 2001, a ISL comercializava os direitos de televisão e os anúncios publicitários da Copa do Mundo para anunciantes e patrocinadores.
Empresa de fachada
No ano passado, o Panorama acusou três integrantes do Comitê Executivo da Fifa, que escolhem as sedes das Copas do Mundo, de receber propinas da ISL. Além de Teixeira, foram citados o paraguaio Nicolas Leoz e o camaronês Issa Hayatou.
Pagamentos feitos aos três dirigentes - no caso do brasileiro, a uma empresa ligada a ele - estavam em uma lista secreta obtida pelo Panorama de propinas pagas a dirigentes esportivos pela ISL em um total de US$ 100 milhões.
A lista de pagamentos incluía uma empresa de fachada em Liechtenstein, chamada Sanud, que recebeu um total de US$ 9,5 milhões.
Uma investigação do Senado brasileiro em 2001 concluiu que Teixeira tinha uma relação muito próxima com a empresa. O inquérito descobriu que fundos da Sanud haviam sido secretamente desviados para Teixeira por meio de uma de suas companhias.
Eleição
O jornalista suíço Jean François Tanda, que requisitou a divulgação de detalhes do acordo na Justiça, diz que a Fifa está atrasando a liberação do documento ao "esticar os prazos, um após o outro".
"A meta agora é evitar que a decisão seja divulgada antes do fim de maio ou do começo de junho", quando a eleição para presidente da Fifa será realizada, diz Tanda.
Além de Ricardo Teixeira, a investigação do Panorama cita o ex-presidente da Fifa João Havelange e conclui que a decisão da promotoria suíça ao encerrar o caso também aponta que a Fifa falhou em coibir o pagamento de propina.
Blatter teria conhecimento de casos de propinas pagas a colegas do Comitê Executivo da Fifa pelo menos desde 1997, quando um suborno de US$ 1 milhão destinado a Havelange, então presidente da Fifa, foi enviado por engano para a entidade.
Tanto Ricardo Teixeira como João Havelange se recusaram a responder perguntas feitas pela BBC. A Fifa se recusou a comentar alegações específicas e se limitou a reafirmar que, em relação ao acordo com a promotoria suíça, o caso está encerrado.
Ricardo Teixeira teria recebido mais de 16 milhões em suborno
A denúncia não chega a surpreender, afinal sempre pairaram fortes suspeições sobre o "poderoso chefão" do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira, presidente "vitalício" da CBF.
BBC afirma que Ricardo Teixeira recebeu suborno
LONDRES (AFP) - A rede de informação britânica BBC exibiu um documentário na noite desta segunda-feira no qual afirma que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, recebeu suborno envolvendo decisões na Fifa, a Federação Internacional de Futebol.
Nas vésperas da decisão sobre as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, o jornalista Andrew Jennings, que investiga há quase dez anos a corrupção na Fifa, divulgou hoje documentos exclusivos sobre pagamentos realizados pela International Sports and Leisure (ISL), uma empresa de marketing que obteve a exclusividade dos direitos de transmissão de várias Copas do Mundo, mas faliu em 2001.
Os documentos internos da ISL revelam 175 pagamentos de suborno, entre 1989 e 1999, totalizando 100 milhões de dólares, incluindo à empresa de fachada Sanud, ligada a Ricardo Teixeira, membro do Comitê Executivo da Fifa e presidente da CBF.
A BBC afirma ainda que Issa Hayatou, que lidera a Confederação Africana de Futebol (CAF), recebeu em 'cash' um suborno de 100 mil francos, em 1995.
Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), recebeu o total de 730 mil dólares da ISL.
O documentário informa também que o vice-presidente da Fifa Jack Warner, já acusado de ter revendido entradas para a Copa do Mundo da Alemanha-2006, tentou fazer a mesma operação durante o Mundial da África do Sul, comprando 84.240 dólares em ingressos para revenda.
"O programa é de interesse público e mostra que alguns executivos da Fifa que participam da decisão sobre a candidatura para (a Copa de) 2018 têm um histórico de aceitar subornos", destacou um porta-voz da BBC.
A divulgação do documentário foi precipitada por denúncias contra dirigentes da Fifa feitas nesta segunda-feira pela imprensa suíça.
Segundo o jornal Tages-Anzeiger, Ricardo Teixeira, Issa Hayatou e Nicolás Leoz faziam parte de uma lista secreta de pagamentos após a falência da ISL, que quebrou em meio a uma polêmica sobre subornos pagos contra a atribuição de contratos de televisão.
Neste caso, um tribunal do cantão suíço de Zug impôs multas a três executivos da ISMM/ISL em 2008 por fraude e crimes contábeis.
Leoz já figurava na lista como receptor de pagamentos suspeitos da agência de marketing, além de outras empresas com sedes em paraísos fiscais, segundo os dados apresentados pela procuradoria suíça em 2005.
Teixeira, Leoz e Hayatou integram o grupo de 22 dirigentes do Comitê Executivo da Fifa que escolherão na próxima quinta-feira as sedes dos Mundiais de 2018 e de 2022.
As acusações da BBC e do Tages-Anzeiger somam-se, entre outras, às denúncias que deixaram o taitiano Reynald Temarii e o nigeriano Amos Adamu de fora da votação do dia 2 de dezembro.
Inglaterra, Rússia e as candidaturas conjuntas Espanha-Portugal e Holanda-Bélgica disputam a organização da Copa de 2018, enquanto Austrália, Estados Unidos, Japão e Qatar desejam organizar o Mundial de 2022.
A organização Transparência Internacional (TI) pediu à Fifa que adie a eleição das sedes das próximas Copas do Mundo, prevista para o dia 2 de dezembro de 2010.
"Estas denúncias poderão fazer desacreditar o procedimento de tomada de decisões da Fifa, já que tomar uma resolução nas atuais circunstâncias apenas serviria para alimentar a polêmica".
"A Fifa hoje se parece com a Máfia" segundo o jornalista inglês Andrew Jennings
Andrew Jennings não é um jornalista esportivo, e sim um repórter investigativo. Um dos melhores na Inglaterra, isso é testemunhado por décadas de colaboração com os principais jornais britânicos e a BBC. Mas principalmente é o pesadelo de Sepp Blatter e da Fifa, aos quais dedicou um livro, Foul! The Secret World of Fifa: Bribes. Vote-rigging and Ticket Scandals (em livre tradução, Falta! O Mundo Secreto da Fifa: Subornos, Compra de Votos e Escândalos com Ingressos), publicado em 2006.
Por Paolo Manzo em Carta Capital
CartaCapital: Por que o senhor é o único jornalista do mundo com acesso proibido nas entrevistas à imprensa com Blatter?
Andrew Jennings: Porque há anos procuro em vão ter respostas do chefe da Fifa sobre corrupção e propinas, baseado em muitos documentos "confidenciais". Com muita probabilidade cansou-se de não responder e preferiu condenar-me ao ostracismo, o que de certa forma me deixa orgulhoso. Quer dizer que mister Blatter tem medo das minhas perguntas.
CC: Em quanto importa, segundo o seu parecer, a quantia das propinas pagas pela Fifa nos últimos 20 anos?
AJ: Segundo estimativa do tribunal de Zug, na Suíça, o valor, limitado apenas aos anos 90, é estimado em aproximadamente 100 milhões de dólares. Todo esse dinheiro acabou nos bolsos dos funcionários esportivos que estavam sob contrato, quase todos eles com a Fifa.
CC: Quando o senhor começou a recolher as primeiras provas da corrupção?
AJ: Trabalhei durante anos sobre o tema corrupção na Fifa, juntamente com um colega alemão. As nossas suspeitas eram fortíssimas, mas não tínhamos provas porque a ISL, a sociedade que geria antes o marketing e em seguida os direitos de tevê da Fifa, era uma companhia fechada. Impossível receber informações transparentes sobre suas operações de balanço. Todavia, quando faliu de forma fraudulenta, seus livros contábeis foram olocados à disposição dos curadores falimentares, bem como dos tribunais. E foi justamente nos tribunais que tivemos a confirmação, com provas, daquilo que suspeitávamos, mesmo se a realidade superava a nossa imaginação.
CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?
AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o "sistema", recebendo propinas via ISL.
CC: Sua afirmação é grave. Ela se baseia em quê?
AJ: Em testemunhos que recolhi de ex-integrantes da Fifa, altos dirigentes. E em documentos.
CC: Havelange chega e traz Ricardo Teixeira. Com qual resultado?
AJ: Um boom de corrupção. A imprensa suíça escreveu que Havelange e Teixeira embolsaram a maior parte das propinas. No decorrer da transmissão do programa Panorama, da BBC, perguntei em três ocasiões a Sepp Blatter o que ele sabia sobre as propinas embolsadas por Havelange e ele sempre ficou calado. Pedi também informações de uma específica propina, mas também neste caso Blatter fez cena muda.
CC: De qual propina se tratava?
AJ: De 1 milhão de francos suíços que deveriam acabar nos bolsos de Havelange. Por um erro foram depositados numa conta da Fifa, provocando o pânico entre os dirigentes honestos da organização. Posso garantir que havia três pessoas numa sala da Fifa quando chegou aquele pagamento: Sepp Blatter e outros dois altos dirigentes. Falei com estes, que me confirmaram que o destinatário da propina era Havelange. Um dos dois entregou uma declaração oficial e assinada aos advogados da BBC, na qual afirmava que, em caso de processo por parte da Fifa contra mim e a BBC, ele compareceria no tribunal para confirmar que o pagamento era para Havelange. O mesmo, porém, pediu para não ser citado na reportagem que foi divulgada pela BBC, e que qualquer um pode apreciar na internet.
CC: O pagamento teria sido feito por quem?
AJ: Pela ISL, no início de 1998.
CC: E o que há em relação a Teixeira?
AJ: Bastaria olhar os documentos da acusação criminal depositados à margem do processo de Zug. Em relação aos depósitos feitos pela ISL, há um para a Renford Investment Ltd, sociedade controlada por Havelange e Teixeira.
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