Erick da Silva
Imagine a seguinte situação: que você mora em um sobrado, grande e bonito, porém antigo e precisando de alguns reparos. Sua família cresceu e o velho sobrado que você reside já não atende a todas as expectativas de conforto e luxo que gostaria de ter.
Agora imagine que em um belo dia bate a sua porta um grande empreiteiro propondo um milagroso e fantástico acordo: você dá o seu velho sobrado para eles, em troca recebe uma nova e luxuosa mansão. Não tão bem localizada como sua velha residência, mas com tudo que há de mais moderno e luxuoso em arquitetura e design. Entretanto, o “grande negócio” contem, nas letras miúdas, algumas cláusulas que te deixam em dúvida.
Primeiro, a bela mansão não será de sua propriedade, somente depois de vinte anos. Neste período não poderá fazer nenhuma modificação ou melhoria que venha a atender aos seus interesses. Também não poderá ficar na mansão todos os dias, só terá acesso a ela uma vez por semana, nos demais dias terá que se contentar em ficar em um “puxadinho” afastado em outra cidade.
Você toparia um negócio destes? A direção do Grêmio topou!
O clube irá entregar o seu atual estádio para a OAS (leia-se Odebrecht) e em troca “ganhará” o direito de jogar em uma moderna arena. Mas não poderá utilizar o gramado para treinos, entregará metade da renda de bilheteria dos jogos e não receberá um centavo sequer pelos inúmeros empreendimentos que estarão situados no entorno do novo estádio, nem mesmo do shopping que se erguerá junto à arena.
O Grêmio emprestará seu nome, credibilidade e tradição para um negócio, no mínimo, nebuloso. Onde o clube abrirá mão de seu estádio e passará a jogar por “concessão”. Com isso, o Grêmio se somará ao “glorioso hall” dos grandes times que não são proprietários de estádio. Não seria mais racional uma ampla reforma no atual estádio? Afinal o clube não perderia o seu patrimônio e ainda valorizaria o local que foi cenário de muitas vitórias e conquistas.
Poderia listar aqui ainda inúmeros outros aspectos duvidosos que envolvem este negócio firmado entre o Grêmio e a Odebrecht, mas reservarei apenas um último e fundamental questionamento, após todos estes elementos: quem ganhará com este negócio?
Certamente não é o Grêmio.
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Certamente não é o Grêmio.
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2 comentários:
Fico a pensar o seguinte: Se o Grêmio não fizer este acordo, daqui há 20 anos continuará com o mesmo acanhado estádio. Acho que vale a pena realizar o negócio. 20 anos passam rápido. Depois será só lucro. Acho que foi sim um bom acordo. Palmeirense que sou, espero que que o mesmo acontece com o estádio do Verdão. Agora, no campo mesmo (que é o que importa) continuarei torcendo para que o Verdão leva vantagem sobre o Grêmio. rsrs
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