A direita pensa que pode dar o golpe da televisão


Por Diario Gauche

Debate na televisão, vamos convir, é um porre.

Televisão, o novo (e último) fetiche golpista da direita brasuca.

Eu gostaria de conhecer o perfil do sujeito que fica sentado, candidamente, altas horas, esperando que candidatos empoados exibam tudo o que sabem (ou que chutam) em dois minutos, considerando, saúde, educação e segurança pública.

Quero saber que tipo de pessoa espera e acredita que isso seja o melhor método para conhecer as ideias dos que pretendem governar o País.

Debate é um formato inventado pela televisão dos Estados Unidos. Trata-se de algo que simula o diálogo e o esclarecimento do potencial eleitor. A sessão menor do grande espetáculo da alienação de direitos. É um simulacro furreca da velha ágora, a praça grega onde se realizavam as assembleias do povo, hoje, fatiada por comerciais estúpidos. Uma representação teatralizada (ontem, tinha até uma orquestra sub e cafona), na linha do taylorismo-fordismo das ideias, dos conceitos e das política públicas. Falar dois minutos sobre três mega assuntos e ainda convencer pessoas cansadas e escarrapachadas no recesso dos seus lares, no olho da noite escura.... é coisa pra doido. A democracia servida no balcão de fórmica, como sanduíche fast food.

Quem acredita que isso é um exercício - sério, autêntico - de cidadania? Quem aposta que a democracia é mais democracia se passar por esse corredor-polonês das ideias astuciosas e das retóricas de ocasião? [Plinião, ontem, estava ótimo no papel de clown e retórica de ocasião, tripulante de um partido que é o próprio microônibus do engano.]

E pensar que a estratégica política de campanha da direita serrista e marinista tem (ou tinha) como alvo uma performance espetacular na farsa dos debates.

Observem que é uma estratégia, primeiro, de jerico, segundo, o preâmbulo de um golpe aloprado. Eles acham mesmo que vão ganhar a parada com um estalar de dedos na televisão? Que vão desconstruir a mitologia lulista, montada tijolo a tijolo, durante sete longos anos e com benefícios efetivos para as grandes massas, em alguns minutos na televisão, sob a luz das estrelas que cintilam de incredulidade?

O povo é sábio, não vê debate. Prefere dormir.

Um comentário:

ailton martins disse...

Jânio é um rapaz de vinte anos que foi preso na orla da praia da Cidade de Praia Grande confundido de fazer parte de um grupo de jovens que promoveram um arrastão. Mesmo sem provas ficou preso durante 11 meses. Leide e Francisco a mãe e o pai de Jânio precisaram lutar para provar a inocência do filho, enfrentando a principal dificuldade que esbarra num problema social ainda não resolvido no Brasil.

"Ser pobre é ser culpado até que se prove ao contrário?"