Por Opera Mundi
O rapper haitiano Wyclef Jean inscreveu oficialmente a candidatura para a presidência de seu país e disputará as eleições do dia 28 de novembro. O músico fez o registro nesta quinta-feira (5/8) na sede do Conselho Eleitoral Provisório na presença da esposa, Claudinette, e da filha, Angelina, além de lideranças políticas e músicos locais.
O rapper será o candidato do partido Viv Ansanm (“Viver Juntos”, em crioulo). O líder do partido, Pierre Eric Jean-Jacques, queria colocar o músico como candidato da coalizão Ansanm Nou Fo (Juntos somos fortes), mas o nome de Jean enfrentou a oposição de muitos dos dirigentes da coalizão, o que levou oViv Ansanm a deixá-la.
Centenas de fãs do cantor foram à sede do órgão para expressar apoio à candidatura de Jean, que agora luta para ser o sucessor de René Préval. O músico, que não vive permanentemente no Haiti há quase 30 anos, representa a chamada "diáspora haitiana", nome dado ao conjunto dos 800 mil haitianos que moram nos Estados Unidos e que podem ter um grande papel para tirar o Haiti das ruínas em que ficou após o terremoto de janeiro passado.
Profecia
Nascido na cidade haitiana de Croix-des-Bouquets em 1972, o rapper emigrou para os EUA juntou com sua família quando tinha 9 anos de idade. No novo país, cresceu entre o bairro nova-iorquino do Brooklyn e o estado vizinho de Nova Jérsei. Já famoso, Wyclef Jean ficou conhecido também por fazer doações para diversos trabalhos humanitárias em sua terra natal. O rapper é sobrinho do jornalista e diplomata Raymond Joseph, atual embaixador do Haiti em Washington, que também teria interesse em concorrer à presidência haitiana.
Analistas especulam que adversários de Jean vão atacá-lo na campanha, dizendo que praticamente não viveu no Haiti e até mesmo sua suposta falta de domínio do francês e do crioulo (as línguas oficiais do país) para tentar mostrá-lo como afastado da população. Ele também terá que enfrentar as lembranças das polêmicas que cercaram algumas das atividades de sua fundação, a Yéle Haiti.
Em 2004, o rapper lançou a música If I Was President, na qual brincava com a ideia de ser presidente. No refrão da música, dizia: "Se eu fosse presidente, seria eleito na sexta-feira, assassinado no sábado e enterrado no domingo".
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