A agonia das escolas em tempos de Yeda


Por Erick da Silva

A educação no Rio Grande do Sul vive um de seus piores períodos no governo Yeda. Não bastasse o fechamento de centenas de escolas estaduais, o abandono da UERGS, o arrocho salarial dos professores e as “escolas de lata”, uma pesquisa feita na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) indica que o número de matrículas na rede pública de ensino médio vem caindo quase sete vezes mais do que a população na faixa etária correspondente.
O trabalho do Grupo de Estudos sobre Universidade da UFRGS demonstra que, entre 2005 e 2008, o número de matrículas caiu 11% no Estado – enquanto a queda média nacional foi de 6,9%. Essa retração não pode ser atribuída a mudanças no perfil demográfico.
Nesse mesmo período, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou uma redução bem menor na faixa etária adequada ao Ensino Médio no RS: a população entre 15 e 17 anos recuou apenas 1,6%. Isso representa um número gritante de jovens que deixam de ingressar na rede pública e que, ao longo dos últimos anos não viram nenhuma política pública do estado que buscasse reinseri-los na escola pública.
A situação é agravada pelos altos índices de reprovação e abandono escolar na rede estadual – que deixam o Rio Grande do Sul na terceira pior posição nacional do ranking de aprovação no Ensino Médio.
O levantamento demonstra ainda que o percentual de gaúchos que concluem o ano letivo, em comparação com o número de ingressantes, fica abaixo da média nacional. Em 2008, 83 mil estudantes terminaram o Ensino Médio, enquanto 180 mil ingressaram nele – um índice de 46%. Nacionalmente, os concluintes representam 51,7% das novas matrículas.
Registros do Ministério da Educação apontam outros obstáculos do antigo ensino secundário. No ano passado, de cada cem alunos que ingressaram no colégio, somente 65 se formaram. Isso deixa o RS em uma incômoda 25ª posição – à frente apenas de Sergipe e Rio de Janeiro. Dados da Secretaria Estadual da Educação (SEC) permitem concluir que, dos 35 estudantes gaúchos que não avançam de ano, 21 são reprovados, e 14 deixam a escola.
Esses dados demonstrar que o governo Yeda agravou uma situação crítica que já se verificava no governo anterior (Rigotto do PMDB). É resultado direto da propagandeada política de "defict zero", que na prática significa corte de investimentos e, consequentemente, queda na qualidade do ensino.
Isso não é uma avaliação “subjetiva” ou de “preferência política”, mas sim um triste fato que a cada dia apenas se agrava. Somente com uma mudança imediata nas políticas educacionais de nosso estado, que apontem para uma superação destes graves problemas, é que poderemos vislumbrar tempos melhores para o ensino público do estado.

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