A formula mágica do Fogaça


Uma das tarefas mais maçantes para qualquer interessado por assuntos da política gaúcha, em particular da disputa eleitoral para o governo do estado, tem sido acompanhar as entrevistas do Fogaça.
Candidato da coligação PMDB/RBS, Fogaça foi fazer uma “tabelinha” com a equipe de jornalistas da família Sirotsky, onde praticou o seu esporte favorito: a tergiversação!
Com respostas lacônicas e evasivas, sem se comprometer com nada, o candidato da “imparcialidade ativa” pouco apresentou de concreto. A maior pérola do Fogaça foi a sua solução para resolver os problemas do estado, onde afirmou textualmente que:


— Passada uma disputa eleitoral, no dia seguinte, presidente da República, prefeito e governador tem de ser amigos.

Ou seja, para Fogaça, diferenças de projetos políticos são apenas detalhes, todos os problemas podem ser resolvidos, em um passe de mágica, se todos os governantes forem amigos. Nesta lógica "fogaciana" todos os problemas do estado poderiam ser resolvidos em uma mesa de bar, após uma boa conversa e alguns chopinhos.
Na verdade, por traz dessa "fala mansa" e com ares de "bom-mocismo", o que temos de fato é  uma versão picareta e requentada de um discurso “pseudo-pacifista” de unidade e superação das diferenças políticas. Esta é uma tentativa clara de tratar aos eleitores como imbecis. O que se verifica na prática é o velho jogo de interesses das elites. Ou o que explicaria o fato de Fogaça ter, desde a primeira hora, apoiado e dado sustentação ao desastroso governo Yeda e agora se apresentar como oposição?
Felizmente, o Rio Grande do Sul não irá cair em mais esta armadilha eleitoreira e irá optar por projetos políticos que, de fato, respondam aos desafios colocados. As pesquisas de todos os institutos apontam um indicativo importante disso ao colocar o candidato Tarso Genro na liderença de forma constante.
Fogaça deveria ser mais honesto quanto ao projeto que representa em seu discurso, saindo "de cima do muro", do contrário arrisca ver a Yeda, que tem uma linha claramente de direita e sem tergiversações, o ultrapassar nas urnas.

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