Descaso com a cultura: fechada a Sala de Cinema Noberto Lubisco
Porto Alegre, durante os meses de janeiro e fevereiro (até o carnaval) costuma a ter um grande êxodo para o litoral, já faz alguns anos que esse “fenômeno” ocorre, seja para fugir do calor escaldante que acomete a capital ou para buscar alternativas de lazer. Visto que a capital dos gaúchos tem visto minguar muitos de seus espaços culturais.
Ao voltar do carnaval, fiquei sabendo de uma notícia que só venho a agravar ainda mais essa situação de descaso do poder público (seja estadual ou municipal) com espaços públicos de cultura: fecharam a sala de cinema Noberto Lubisco da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ).
Isso mesmo que vocês leram, foi fechada de forma definitiva, durante o mês de janeiro, uma das mais charmosas e importantes salas de cinema da capital pela Secretaria de Cultura do RS, comandada pela Mônica Leal.
O mais revoltante disto tudo que, além da capital perder um importante espaço de difusão de cinema cultural (fora do senso comum hollywoodiano) tudo foi feito de forma oculta, aproveitando o “esvaziamento” da cidade.
Nenhum jornal, programa de TV ou rádio noticiou (a exceção do programa do Marcelo Noah na Rádio Ipanema FM). Mesmo nos sites da CCMQ ou da própria Secretaria de Cultura, nada consta. Nenhuma informação sobre o motivo do fechamento da sala de cinema é esclarecido ao público.
Além do fechamento da sala, três dos dez funcionários dos cinemas da CCMQ já foram demitidos.
Cabe ressaltar também que a Sala Noberto Lubisco estava em perfeitas condições de uso, com seus 53 lugares, equipada com ar-condicionado central, som térreo e dois projetores Bauer-8 35mm, de fabricação alemã. Além de possuir acesso pela Rua dos Andradas, uma das poucas salas de cinema com acesso pela calçada, e não pelas escadas rolantes de algum shopping center.
Extremamente lamentável em mais um exemplo de como a cultura está sendo conduzida pelo atual (des)governo do estado.
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2 comentários:
Coloco-me à disposição para qualquer modo racional de repúdio diante de tamanha estupidez política. Esses tecnocratas que promovem o apequenamento da nossa cultura devem ser devidamente enquadrados por argumentação lúcida e força de aglutinação social. A legitimidade desta gente é proporcional a nossa apatia!
Concordo com você, Luís Filipe.
Não dá para se calar frente a arbitrariedades como essas.
Sds
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