Colom, que concorreu pela União Nacional da Esperança (UNE), chegou a abrir mais de 18 pontos de vantagem sobre seu rival do Partido Patriota (PP). Em seguida a diferença baixou para cerca de 2 pontos, graças ao eleitorado da capital, que preferiu o general com curso na Escola das Américas – contrariando a tendência usual dos centros urbanos, de votar mais à esquerda. Agora, porém, tudo indica que as emoções já passaram. Os departamentos ainda não contabilizados correspondem a áreas onde Colom venceu no primeiro turno, em 9 de setembro. Pouco a pouco a vantagem do engenheiro social-democrata de 56 anos voltou a se alargar.
O segundo turno das eleições presidenciais da Guatemala encerrou-se com o fechamento dos centros de votação às 18 horas (22 em Brasília). A abstenção foi elevada, devendo superar 65% dos 5,9 milhões de eleitores.
Cinquenta anos de ''mão dura''
Ao votar, no Colégio Valle Verde, na zona leste da capital, o candidato da UNE disse que ''hoje estamos elegendo o destino do país''. E fez ironia com o lema de seu adversário, um general do exército que fez campanha prometendo ''mão dura''.''Tivemos mão dura por 50 anos, e essa política custou mais de 250 mil vítimas, a pobreza, a polarização e o abandono dos indígenas'', disse Colom. O presidente virtualmente eleito defendeu o fortalecimento da democracia e o cumprimento dos acordos de paz de 1996, que puseram fim a 36 anos de luta armada no país.
''Firmamos a paz, mas entramos em uma guerra da delinqüência, tremenda, devido ao não cumprimento dos acordos, e isto provocou um deseqüilíbrio do estado'', analisou.
Perigos da governabilidade
Os resultados da eleição presidencial na Guatemala confirmaram o mesmo deslocamento à esquerda que tem se observado há uma década em toda a América Latina. A tendência, porém, é menos incisiva nos países centro-americanos, mais próximos e mais dependentes dos Estados Unidos.
Dois expoentes desta safra, os presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega, e do Panamá, Martín Torrijos, telefonaram a Colom para felicita-lo.Logo depois do primeiro turno, os dois candidatos finalistas se comprometeram a respeitar os resultados das urnas deste domingo, fossem quais fossem. Nesta madrugada Colom proclamou-se eleito, afirmando que ''isto é uma nova página na Guatemala'' e agradecendo ''por esta confiança''. Já Pérez Molina mantinha silêncio sobre o resultado, inspirando conjecturas sobre os perigos que podem rondar a governabilidade na frágil democracia guatemalteca.
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