"Quando Che é preso (na Bolívia) e o levam para La Higuera, há um momento em que os dois agentes da CIA que estão ali e o G2 (serviço de inteligência militar) boliviano revistam o conteúdo de sua mochila (...) e encontram os diários, o caderno de códigos para se comunicar com Havana e um caderno verde", contou o escritor.
Cópias desse caderno, que foi guardado junto com outros documentos em uma caixa-forte pelos serviços secretos da Bolívia, chegaram há dois anos às mãos da editora Planeta, que encarregou Taibo II, que em 1997 escreveu uma biografia de Che, de autenticar e analisar o material. O caderno continha poemas sem título ou autor, motivo pelo qual, a princípio, Taibo II chegou a pensar que tivessem sido escritos pelo próprio Che. Aos poucos, o escritor foi reconhecendo alguns dos textos e concluiu que a descoberta "era, evidentemente, uma antologia, era sua própria antologia". Os 69 poemas reunidos no livro pertencem ao chileno Pablo Neruda, ao cubano Nicolás Guillén, ao peruano César Vallejo e ao espanhol León Felipe.
Taibo II acredita que os versos tenham sido copiados textualmente por Che Guevara durante sua campanha na Bolívia, entre novembro de 1966 e outubro de 1967, quando foi assassinado.
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