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Uma sociedade dominada pelo celular


Os avanços tecnológicos que os aparelhos celulares tiveram nos últimos anos são notáveis. São múltiplas as funções e possibilidades de uso que foram agregadas ao aparelho, são tantas que muitas vezes utilizar o aparelho como telefone chega a ser secundário.
Esse mar de conectividade dos celulares traz uma relação de dependência de seu uso contínuo. Para alguns, praticamente todos os momentos de sua vida devem ser compartilhados com todos, assim como a necessidade correlata de saber tudo sobre a vida dos outros. 
O contraditório deste processo é que, se toda a vida cotidiana deve ser compartilhada a todo o instante e se a todo o instante as pessoas devem estar conectadas para saber o que "está acontecendo", logo, fica a questão: em qual momento as pessoas vivem, de fato, os momentos de suas vidas que elas compartilham? Não estaríamos todos perdendo uma parte importante de nossa vida social?
Esse fenômeno, em maior ou menor escala, está cada vez mais introjetado em nossas sociedades. Vivemos em uma sociedade dominada pelo celular. 
Você duvida? As fotos abaixo talvez ajudem a mudar sua opinião...

"Copiem, malditos!" documentário sobre direitos de autor na era digital



Em um mundo de intensa troca de informações, como alguém pode ser dono de uma ideia? Através de perguntas como essa, o documentário “¡Copiad, Malditos! – derechos de autor en la era digital” lança o debate sobre propriedade intelectual e circulação de conteúdo na era digital.
“Copiem, malditos!” foi dirigido por Stéphane M. Grueso, documentarista e ativista espanhol, e produzido pela Elegant Movies Film em parceria surpreendente com a RTVE, televisão pública da Espanha. A ideia do documentário surgiu depois de um trabalho feito com hackers, o “En Busca de Hackers“. O contato com essas pessoas levou os realizadores a querer se aprofundar no polêmico universo do direito autoral.
Assim surgiu o grande projeto do filme. Além de falar sobre as mudanças no conceito de autoria geradas pela efervescência do universo digital, o documentário se tornou um projeto dentro de um projeto, já que também documenta a busca por uma licença livre para a sua própria distribuição. Deu certo: “Copiem, malditos!” tem licença Creative Commons BY-NC.
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O filme sobre Maomé e a sociedade digital em xeque


Por Carlos Castilho


O episódio do filme sobre o profeta Maomé que desatou uma onda de protestos no mundo árabe mostrou a intensidade latente de ressentimentos culturais, mas também a gravidade de uma questão tecnológica que pode afetar o planeta inteiro.
A empresa Google, controladora do site YouTube onde foi postado um trailer do polêmico filme, decidiu banir a sua exibição em vários países árabes para evitar o agravamento dos protestos.
A preocupação com a violência é mais do que justificável e compreensível, mas o fato de uma empresa com sede nos Estados Unidos ter o poder de decidir o que outros países podem ou não ter acesso é da maior relevância para todos nós.
Cena do trailer do filme Innocence of Muslins
A tão decantada autonomia e independência da internet ficou seriamente abalada, e num momento em que a rede mundial de computadores passa a influenciar a vida de cada vez mais pessoas, empresas e governos. Todo o arcabouço da nova sociedade digital foi colocado em questão.
Isto nos preocupa — e muito — porque ficou claro o poder de uma empresa em influenciar eventos noutros países. A autodeterminação nacional, uma das bases da existência das Nações Unidas, pode estar ameaçada na medida em que nosso futuro não está mais dependente de fronteiras, mas do fluxo transnacional de informações.
O jornal norte-americano The Washington Post, num artigo publicado na sexta-feira (14/9), afirmou que o episódio mostra como algumas empresas norte-americanas podem se transformar em “árbitros da liberdade de expressão no resto do mundo” , ao substituir tribunais e foros internacionais.
A Google e outras empresas com grande poder na internet têm feito uso intensivo da retórica da liberdade de expressão na rede mundial de computadores, mas o episódio do malfadado filme sobre o profeta Maomé mostrou a complexidade da questão do livre fluxo de informações no mundo digital.
O filme foi um caso grosseiro, e ainda não plenamente esclarecido, de manipulação intencional de preconceitos culturais e religiosos. Por isso, a suspensão de sua exibição não provocou protestos imediatos dos defensores da liberdade de expressão na Web, como é o caso de organizações como a Electronic Frontier Foundation, dos Estados Unidos.
Mas a brecha foi aberta e mostrou uma fissura na arquitetura jurídica do mundo digital, capaz de gerar gravíssimos problemas políticos no futuro. A questão é complexa e a discussão não será fácil, mas é inevitável, porque nossas vidas estão cada vez mais condicionadas pela internet.
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