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Venezuela: a tentativa de um golpe de Estado 'suave'


Mais uma vez a elite venezuelana, apoiada e financiada por Washington, arremete contra um governo democraticamente eleito. As lideranças da trama na Venezuela são Henrique Capriles, Leopoldo López, María Corina e Antonio Ledezma. Três playboys e um representante do partido Ação Democrática. Seu cálculo fácil aponta que Maduro não teria a mesma capacidade de resistência que Chávez diante de um golpe.

Por Luciano Wexell Severo

A profunda crise dos últimos anos do século XX abriu o caminho para novas tentativas de projetos autônomos para a solução dos problemas nacionais na América Latina. Em um cenário de repúdio aos programas do FMI e do Banco Mundial, em dezembro de 1998 os venezuelanos apoiaram a candidatura de Hugo Chávez.

A eleição presidencial representou nada mais do que o resultado de um processo histórico, que desde a perfuração dos primeiros poços havia beneficiado as companhias petrolíferas e a uma reduzida elite local, em detrimento da imensa maioria da população. Ressurgiu, outra vez na Venezuela, um movimento continental em defesa da independência econômica, da soberania, da autodeterminação e da integração latino-americana.

Derrotada nas urnas, direita venezuelana tenta golpe de estado


Por Erick da Silva

Menos de 24 horas após a divulgação do resultado oficial das eleições venezuelanas que elegeu Nicolás Maduro presidente com 50,66%, derrotando o candidato da direita Henrique Capriles, por uma diferença de cerca de 200 mil votos, grupos armados ligados a extrema-direita venezuelana  cometeram uma série de 
atendados violentos e tentam criar um clima de "terror" na Venezuela.

O prenúncio do golpe  começou em uma coletiva realizada na manhã de segunda (15), onde o derrotado Capriles afirmava não reconhecer o resultado das eleições, exigindo a recontagem dos votos. Anunciou uma série de ações, como atos e "panelaços", para rechaçar a cerimônia de posse de Maduro.

O histórico golpista da direita venezuelana não é uma novidade, ao longo de todo o século XX, foram muitos os períodos ditatoriais e golpes, o próprio presidente Hugo Chávez foi vítima de uma tentativa frustrada de golpe em 2002 (veja mais aqui). Assim como em 2002, o cenário para um novo golpe conta com a "inspiração" dos EUA.

Os EUA, preparando o terreno para a legitimação de futuras ações "golpistas", declarou ser "necessária e prudente a recontagem de votos na Venezuela", devido a "diferença acirrada" na votação entre os candidatos. Argumento que desconsidera uma eleição legitima, transparente, dentro das regras previstas na Constituição da Venezuela e que contou com mais de 200 observadores internacionais. Quantos aliados "democráticos" dos EUA podem dizer o mesmo de suas "eleições"?

As ações golpistas da extrema-direita já começaram durante o processo eleitoral,. como por exemplo a
tentativa de sabotar o fornecimento de energia elétrica. Ainda mais grave, alguns dias antes da eleição, o governo da Venezuela prendeu mercenários colombianos e salvadorenhos, que haviam entrado no país com armas e explosivos militares. Seria absurdo supor o envolvimento da CIA na contratação destes mercenários?

Após chamado de Capriles, outras lideranças da direita venezuelana adotaram discursos ainda mais exacerbados e abertamente incitando ações extremadas, que não demoraram a acontecer. Além do "panelaço"  em bairro rico de Caracas, uma série de ações violentas se sucederam.


Grupos armados atacaram carros e prédios do Governo de Barinas, estado onde nasceu Hugo Chávez. Duas casas que servem de sede para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) foram queimadas por pessoas ligadas à oposição. As casas ficam nos estados Táchira e Anzoátegui. Em Caracas e no interior, casas de autoridades foram alvo, algumas delas sendo queimadas. 

Centros de saúde foram atacados, principalmente onde se concentram médicos cubanos. As sedes da VTV e da TeleSur  foram cercadas por grupos violentos. Foram atacados integrantes da Guarda Nacional que faziam segurança no bairro nobre de Altamira, em Caracas, dominado por antichavistas. Civis ligados a coletivos bolivarianos foram atacados e intimidados, já havia registro de pelo menos sete vitimas fatais.

Maduro denunciou a tentativa de golpe e alertou “Maioria é maioria e a democracia deve ser respeitada. Não podem buscar emboscadas, invenções para deixar vulnerável a soberania popular (...) isso só tem um nome: golpismo. Quem pretende deixar vulnerável a maioria da democracia o que está é chamando um golpe. Um golpe está a caminho”. Maduro fez um chamado a pacificação, alertando sobre uma tentativa de desestabilização. “Não tenha dúvidas de que nós vamos defender o resultado, a democracia, a Constituição e o legado de Hugo Chávez”, “não caiam nesse chamado à confrontação”, pediu à população.

O apoio popular para uma tentativa de golpe é reduzida, as forças armadas já declararam seu apoio ao processo democrático. No entanto, quais serão os desdobramentos desta ação golpista ainda é difícil de prever, como alerta Maduro, "a direita que há na Venezuela é capaz de tudo".
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Nicolás Maduro e a vitória da Revolução Bolivariana


Por Erick da Silva

Nicolás Maduro venceu as eleições presidências na Venezuela. Neste domingo (14), Maduro, o candidato da Revolução Bolivariana, venceu o direitista Henrique Capriles por 50,66% a 49,07%. A diferença é de cerca de 200 mil votos. O comparecimento às urnas foi de 78,71% dos eleitores.
Foi uma vitória apertada, muitos acreditavam que Maduro poderia ampliar (ou igualar) a vantagem obtida por Hugo Chávez de 12% (56 a 44%) das eleições de outubro do ano passado, quando Capriles enfrentou Chávez em sua última disputa. Esta vitória, por uma pequena margem, foi um tanto quanto inesperada. Pode ter sido uma vitória apertada, mas ainda sim foi uma vitória de inegável legitimidade.
Maduro terá agora o desafio de dar continuidade as mudanças político-sociais desencadeadas pela Revolução Bolivariana. Desafio complexo e que terá barreiras talvez ainda maiores que a de Chávez para enfrentar.
O primeiro e óbvio desafio será de manter coesa e unificada as forças políticas que conduziram os governos de Hugo Chávez. No primeiro teste, a disputa eleitoral, a unidade manteve-se firme em torno de Maduro. Cientes do desafio que estava posto após o falecimento de Chávez, a unidade interna era um pressuposto fundamental para a reorganização política na esquerda venezuelana. Tendo uma construção política que tinha na liderança de Chávez um elemento central de sua força e condução, inegavelmente teremos pela frente um período de mudanças internas. Algumas dessas mudanças são de extrema necessidade para a própria continuidade do projeto político bolivariano.

O sorriso do garoto sintetiza a alegria da maioria do povo venezuelano pela vitória de Nicolás Maduro.
Já em seu discurso como presidente eleito, Maduro afirmou a disposição de enfrentar temas como a corrupção e ineficiência estatal. Este processo de renovação pós-Chávez, pode propiciar uma nova etapa na politica interna do governo, enfrentando algumas questões que talvez antes não fossem possíveis.
Outro grande desafio será a própria oposição. Capriles passa agora a ter um respaldo e legitimidade que antes não tinha. Poderá ser uma voz forte do conservadorismo latino-americano e ser muito mais que apenas uma "pedra no sapato" de Maduro. Não podemos esquecer a forte tendência da direita venezuelana para adotar expedientes golpistas para bloquear a vontade democrática de sua população. A série de golpes  e tentativas de golpes que ocorreram na história recente da Venezuela atestam este perigo.
O caminho a ser percorrido pelo governo Maduro, a partir das conquistas herdadas pelos governos de Hugo Chávez, deverá ser de busca de ampliação das inúmeras e inquestionáveis avanços sociais para o povo venezuelano. Desde o início da revolução bolivariana, em 1998, o índice de pobreza caiu de 70% da população para 28%; foi alcançado fim do analfabetismo; a taxa de mortalidade infantil diminuiu de 27 por mil a praticamente a metade: 14 por mil. O acesso a água potável subiu de 80 a 92% da população; a saúde caminha para uma universalização do acesso público e etc.
Sem dúvida ainda existe grandes desafios a serem superados, como o tema da segurança e da violência urbana, mas as condições políticas para isto, na Venezuela, serão muito mais promissores que em outros países.
Como corretamente aponta o editorial da Carta Maior, " A Venezuela, hoje, é onde a AL ousa ir mais longe no aprendizado para o socialismo. Não é um caminho de flores. Nunca será. Temos todos a aprender com os avanços e tropeços dessa experiência. Por isso, entre outras razões, é preciso defender o seu direito de prosseguir. "
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