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David Harvey: leia Piketty, mas não se esqueça de Marx


Reflexões sobre desigualdade do economista francês são brilhantes e oportuníssimas. Porém não conte com ele para compreender dinâmica central do sistema.

Por David Harvey

Thomas Piketty escreveu um livro chamado Capital que causou uma tremenda comoção. Ele defende a taxação progressiva e a tributação da riqueza global como único caminho para deter a tendência à criação de uma forma “patrimonial” de capitalismo, marcada pelo que chama de uma desigualdade “apavorante” de riqueza e renda. Também documenta com detalhes excruciantes, e difíceis de rebater, como a desigualdade social de ambos, riqueza e renda, evoluíram nos últimos dois séculos, com ênfase particular no papel da riqueza. Ele aniquila a visão, amplamente aceita, de que o capitalismo de livre mercado distribui riqueza e é o grande baluarte para a defesa das liberdades individuais. Piketty demonstra que o capitalismo de livre mercado, na ausência de uma grande intervenção redistributiva por parte do Estado, produz oligarquias antidemocráticas. Essa demonstração deu base à indignação liberal e levou o Wall Street Journal à apoplexia.

David Harvey: O direito à cidade


Neste artigo já clássico, David Harvey expõe como o processo de desenvolvimento urbano se converteu em uma condição indispensável para o processo de acumulação capitalista. O espaço urbano, como um todo, se converteu em local privilegiado para a exploração e estratificação da sociedade. A qualidade da vida urbana virou uma mercadoria. Há uma aura de liberdade de escolha de serviços, lazer e cultura – desde que se tenha dinheiro para pagar

Por David Harvey

Vivemos numa época em que os ideais de direitos humanos tomaram o centro do palco. Gasta-se muita energia para promover sua importância para a construção de um mundo melhor. Mas, de modo geral, os conceitos em circulação não desafiam de maneira fundamental a lógica de mercado hegemônica nem os modelos dominantes de legalidade e de ação do Estado. Vivemos, afinal, num mundo em que os direitos da propriedade privada e a taxa de lucro superam todas as outras noções de direito. Quero explorar aqui outro tipo de direito humano: o direito à cidade.
Será que o espantoso ritmo e a escala da urbanização nos últimos 100 anos contribuíram para o bem-estar do homem? A cidade, nas palavras do sociólogo e urbanista Robert Park, é a tentativa mais bem-sucedida do homem de refazer o mundo em que vive mais de acordo com os desejos do seu coração. Mas, se a cidade é o mundo que o homem criou, é também o mundo onde ele está condenado a viver daqui por diante. Assim, indiretamente, e sem ter nenhuma noção clara da natureza da sua tarefa, ao fazer a cidade o homem refez a si mesmo.
Saber que tipo de cidade queremos é uma questão que não pode ser dissociada de saber que tipo de vínculos sociais, relacionamentos com a natureza, estilos de vida, tecnologias e valores estéticos nós desejamos. O direito à cidade é muito mais que a liberdade individual de ter acesso aos recursos urbanos: é um direito de mudar a nós mesmos, mudando a cidade. Além disso, é um direito coletivo, e não individual, já que essa transformação depende do exercício de um poder coletivo para remodelar os processos de urbanização. A liberdade de fazer e refazer as nossas cidades, e a nós mesmos, é, a meu ver, um dos nossos direitos humanos mais preciosos e ao mesmo tempo mais negligenciados.

Slavoj Žižek, David Harvey e Perry Anderson em Porto Alegre


Slavoj Žižek em Porto Alegre

Conferência internacional De Hegel a Marx … e de volta a Hegel! A tradição dialética em tempos de crise
Com Slavoj Žižek (filósofo e psicanalista, Eslovênia).



ONDE: Câmara Municipal de Porto Alegre (Av. Loureiro da Silva, 255 – Centro)
QUANDO: 05 de março de 2013, às 19h
Inscrições: enviar e-mail para zizek.poa@laurocampos.org.br, a partir de 20/02, solicitando inscrição na conferência
A inscrição é gratuita. Vagas limitadas.
David Harvey em Porto Alegre
Conferência internacional Para entender O Capital
Com David Harvey (geórgrafo, Reino Unido).
ONDE: Teatro da Associação Médica do Rio Grande do Sul-AMRIGS (Av Ipiranga, 5311)
QUANDO: 25 de março de 2013, às 19h
Inscrições: enviar e-mail para harvey.poa@laurocampos.org.br, a partir de 20/02, solicitando inscrição na conferência
A inscrição é gratuita. Vagas limitadas.
A Boitempo Editorial e demais parceiros realizam durante os meses de março a maio o projeto “MARX: a criação destruidora”, que reunirá alguns dos mais renomados especialistas da tradição marxista, com destaque para o filósofo esloveno Slavoj Žižek, o geógrafo britânico David Harvey e o cientista político alemão Michael Heinrich, integrante do projeto MEGA-2 (Marx-Engels-Gesamtausgabe), instituição detentora e curadora dos manuscritos de Karl Marx e Friedrich Engels, este último sem confirmação de vinda para Porto Alegre.
Serão uma série de atividades, com programação, centralizada em São Paulo (confira aqui) e com atividades em  dividida em três etapas, que marca o histórico lançamento da edição especial, com tradução inédita, do livro I d’O Capital, de Karl Marx, 15º título da Coleção Marx Engels, além de Para entender O Capital, de David HarveyMenos que nada: Hegel e a sombra do materialismo dialético, de Slavoj Žižek. O evento se estenderá por outras cinco cidades (Porto Alegre, Brasília, Recife, Salvador e Rio de Janeiro), com conferências de Slavoj Žižek, David Harvey e debates entre alguns dos principais nomes do marxismo brasileiro contemporâneo.
Perry Anderson em Porto Alegre
Historiador e ensaísta britânico, um dos principais intelectuais marxistas (veja mais aqui), estará Porto Alegre no 14 de outubrono Salão de Atos da UFRGS, dentro do evento Fronteiras do Pensamento.
A má notícia é que a palestra não será gratuita como as de Žižek e Harvey. É necessário adquirir um passaporte para todas as palestras Fronteiras do Pensamento (veja aqui) ao custo de R$ 925. Como já foi feito em outras edições, não serão vendidos ingressos para palestras avulsas, tendo que comprar o "pacote completo" que inclui algumas figuras menos interessantes (para dizer o mínimo).
Obs: A UFRGS, como uma das entidades parceiras da realização do evento, não poderia propor alguma atividade gratuita para os estudantes e a comunidade? O Governo do Estado não poderia ser parceiro?
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