O argumento dos Black Blocs parte de pressupostos equivocados, entre os quais o de que a agressão contra a polícia criará benefícios democráticos.
Desde junho de 2013, o Brasil tem vivido uma experiência inédita em sua história política recente: a apologia e uso da violência em atos e manifestações públicas vinda dos próprios manifestantes.
Ao mesmo tempo, assistimos pasmos a um aumento da violência em público sem precedentes: o incêndio de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo, as expressões bárbaras de violência em alguns presídios no Maranhão, atos de violência no aniversário da cidade de São Paulo e em diversos episódios ligados ao esporte, como a partida que decretou a queda do Vasco da Gama para a Série B e as comemorações pela vitória do Cruzeiro no Brasileirão em Belo Horizonte. O rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes representa o ápice desta trajetória. Todos estes atos apontam a uma direção problemática que merece ser questionada: a profunda legitimação social da violência na sociedade brasileira.