Por Erick da Silva
Este episódio mostra mais uma vez que o atual - e provavelmente o futuro - Congresso são contrários a qualquer mudança política no país. Seguem a máxima de Lampedusa: mudanças somente se forem para continuar tudo exatamente como está.
O revanchismo, a estéria e, principalmente, o desejo de criar um 3º turno, a partir do Congresso conservador está por trás desta votação.
Este primeiro round deixa claro algumas coisa, mas talvez a principal delas é de que, sem pressão popular, não haverá mudança alguma no que depender deste parlamento. Também expõe os limites intransponíveis de governar em sistema presidencialista de coalizão. Sem haver alguma alteração institucional, a palavra mudança seguirá sendo apenas uma palavra, nada além disto.
Com informações da Carta Maior e Agência Brasil
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A estratégia da oposição foi criar um clima de chantagem. Os líderes do PSDB, DEM e PPS decidiram paralisar todas as atividades da casa, enquanto não fosse colocado em votação o Projeto de Decreto Legislativo 1.491/14, de autoria do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), que suspende a validade do Decreto Presidencial 8.243/14, assinado por Dilma em maio, que estabeleceu a Política Nacional de Participação Social (PNPS).
Embora pertença ao PMDB, o principal partido da base aliada do governo, o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (RN) cedeu à oposição e colocou o projeto em pauta na votação da noite desta própria terça. E ainda contou com o apoio da bancada do seu partido, a maior da Câmara, para aprová-lo.
A atitude do PMDB, para além dos aspectos discursivos, mal esconde a intenção de vender ainda mais caro o seu apoio ao novo governo Dilma.
Outros partidos mais fisiológicos da base do governo, como o PP, também
aderiram à oposição. Já os partidos que, concorrendo ou não com
candidatos próprios, acabaram por apoiar o tucano Aécio Neves no segundo
turno das eleições presidenciais, como PSB, PDT e PV, também se
posicionaram contra a política pública de Dilma Rousseff.
Apenas PT, PCdoB, o oposicionista de esquerda PSOL e parte do PROS votaram pela defesa do programa do governo. O grupo tentou obstruir a votação, adiá-la para daqui a duas sessões e até atrasá-la, votando artigo por artigo. Nada surtiu efeito. Perdeu o round.
Apenas PT, PCdoB, o oposicionista de esquerda PSOL e parte do PROS votaram pela defesa do programa do governo. O grupo tentou obstruir a votação, adiá-la para daqui a duas sessões e até atrasá-la, votando artigo por artigo. Nada surtiu efeito. Perdeu o round.
A retórica dos parlamentares, em geral vazia e alimentada por discursos vindos direto dos tempos da guerra fria é por demais enfadonha e não merece que percamos o nosso tempo. Afinal, o PNPS regulamenta dispositivos já existentes, não criando nenhum "soviet" como um deputado ignóbil acusou na tribuna.
O revanchismo, a estéria e, principalmente, o desejo de criar um 3º turno, a partir do Congresso conservador está por trás desta votação.
Este primeiro round deixa claro algumas coisa, mas talvez a principal delas é de que, sem pressão popular, não haverá mudança alguma no que depender deste parlamento. Também expõe os limites intransponíveis de governar em sistema presidencialista de coalizão. Sem haver alguma alteração institucional, a palavra mudança seguirá sendo apenas uma palavra, nada além disto.
Com informações da Carta Maior e Agência Brasil
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