Padre Marcelo e a cruzada moralista
Por Altamiro Borges
Capa da revista Veja desta semana, o padre Marcelo Rossi é a maior estrela da Renovação Carismática, movimento conservador hoje bastante influente na Igreja Católica. Como tal, ele não poderia deixar de aderir à cruzada moralista que alguns grupos evangélicos e parlamentares de direita desencadearam contra a ministra Eleonora Menicucci (da Secretaria das Mulheres).
Mônica Bergamo o entrevistou para a Folha: “Existem princípios que regem a igreja e, se forem violados, há mobilização. Se um candidato for a favor do aborto, não só eu, mas também setores evangélicos, vão se mobilizar contra”, ameaçou. Ao mesmo tempo, hábil, ele disse que convidará a presidente Dilma para a inauguração do seu Santuário Mãe de Deus para 100 mil fiéis.
“Eu me dou bem com o Opus Dei”
O ingresso de Padre Marcelo nesta nova cruzada moralista não surpreende. Em meados do ano passado, para a mesma Folha, ele explicitou suas preferências religiosas e políticas. “Eu me dou bem com o Opus Dei, mas com a Teologia da Libertação não muito – eles acham que sou midiático. Ficam no debate teórico sobre ricos e pobres. É uma teologia que, com todo respeito, é pobre”.
Vale lembrar que o Opus Dei é uma seita de ultradireita, nascida durante a sanguinária ditadura do general Francisco Franco na Espanha (1939-1976). Ela tem outros famosos seguidores no país, como vários colunistas da mídia, o governador tucano Geraldo Alckmin e o neo-peemedebista Gabriel Chalita, de quem o Padre Marcelo Rossi é um grande amigo e aliado.
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