Resquícios do Governo Yeda: MP denuncia fraude no marketing do Banrisul


Durante o Governo Yeda (PSDB) muito se falou, a partir das denúcias de seu vice, Paulo Feijó (DEM), que havia um esquema de corrupção formado no Banrisul com intuíto de desviar recursos públicos para financiar campanhas eleitorais do PMDB e do PSDB.
Na época, a posição da Yeda e aliados era de negar tudo e afirmar que não passava de "manobras políticas" para desgastar o seu combalido governo. Mas eis que, na quinta-feira(28), a denúncia do Ministério Público contra 25 pessoas suspeitas de envolvimento num esquema de superfaturamento em ações de marketing do banco foi aceita pela justiça gaúcha.
Entre os denunciados estão donos de grandes agências de publicidade e ex-altos quadros do banco. Segundo a operação, batizada de Mercari, o montante desviado está em torno de 5 milhões de reais.
Em setembro do ano passado, a investigação da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos Estadual e de Contas apontaram para a existência de um esquema de desvio de dinheiro que operava dentro do setor de marketing do Banrisul.
Na ocasião, o superintendente de marketing do banco, Walney Fehlberg, o representante da agência de publicidade SLM Gilson Stork e o diretor da agência DCS, Armando D’Elia Neto, foram presos em flagrante por não informarem a origem do dinheiro encontrado em suas casas – segundo a PF, mais de 3 milhões de reais em espécie.
Após receber a denúncia, a juíza Deborah Coleto de Moraes, da 6ª Vara Criminal de Porto Alegre, levantou o segredo de Justiça, e justificou: “A aplicação do segredo de justiça ao feito somente se justifica na fase investigatória, com a finalidade de possibilitar seu andamento e a integridade dos dados apurados”.
A organização criminosa superfaturava campanhas de marketing, feitas por empresas terceirizadas que recebiam valores muito abaixo daqueles pagos pelo banco. O dinheiro a mais seria, então, dividido entre quadros de agências de publicidade e assessores do banco.
A suspeita que o dinheiro desviado era utilizado para financiar campanhas fica ainda mais forte ao vermos arrolados entre os denunciados os tesoureiros do PMDB, Rospide Neto e o do PSDB, Rubens Bordini.

Os réus são:

- Alexandre Ferlauto Della Casa
- Amarante Gonzales de Freitas
- Ana Paula Rodrigues Franco
- Antônio João Carlos Flório D’Alessandro: sócio e proprietário da agência de publicidade DCS, uma das maiores do Sul do país
- Armando D´Elia Neto: diretor da DCS
- Davi Antunes de Oliveira: empresário
- Edinéia Klein de Ávila: funcionária da DCS
- Gerri Adriane dos Santos
- Gilson Fernando Storck: sócio- gerente da agência de publicidade SLM
- Guilherme Thiesen
- Heloiza Valle de Oliveira: ex-funcionária do Banrisul
- Ivan do Valle Haubert
- Jairo Xavier Amaral
- João Batista Rieder: ex-assessor de marketing do Banrisul
- Leandro Silvestre Francisco
- Lúcio Atílio Arzivenco Rodrigues
- Maria Lúcia Salvadori Záchia
- Maria Selma da Silva
- Mário Brenner Della Casa
- Neiva Eliane Hermann Saratt
- Rodolfo Rospide Neto: ex-assessor da presidência do Banrisul e tesoureiro do PMDB/RS
- Roberto Corrêa Otero
- Rubens Bordini - Tesoureiro do PSDB/RS

Com informações da Carta Capital e Zero Hora

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