Arábia Saudita invade o Barein


A conjuntura política no Oriente Médio e no norte da África continua efervescente e foco de grandes tensões. A Arábia Saudita, um dos principais aliados dos EUA na região e peça chave para o "establishment" regional, enviou uma unidade com mil soldados ao Barein.
Esta medida é para tentar conter as fortes mobilizações populares que estão ocorrendo no país e que colocaram em "cheque" o poder local. As autoridades do Barein enfrentam a mais grave contestação no país desde a década de 1990, a chegada dos soldados sauditas visa “ajudar a manter a ordem e segurança” no país, depois de manifestantes da oposição terem entrando em confrontos com a polícia no domingo e bloqueado várias estradas.

Pelo menos 150 veículos militares blindados de transporte de tropas e 50 outros veículos, incluindo ambulâncias, tanques de água, caminhões e jipes foram avistados por residentes locais ao passarem a fronteira da Arábia Saudita para o Barein, em direção a Riffa, região majoritariamente sunita.

Os principais grupos da oposição, incluindo o maior partido xiita, o Wefaq, avaliaram esta intervenção de forças do CCG no país como uma “declaração de guerra e uma ocupação”.

Mesmo com o toque de recolher obrigatório imposto pelo rei Hamad bin Issa al-Khalifa do Barein, o movimento de oposição tem respondido com muitas mobilizações. ao decreto de recolher obrigatório com a convocação de um novo protesto em Manama, depois de os manifestantes terem sido expulsos, ao nascer do dia, da Praça da Pérola , exigindo reformas políticas no país. Na praça permaneciam acampados cerca de 500 opositores ao regime. Na foto acima. a imagem da praça após o confronto.

Chamando a uma manifestação massiva, o grupo de Juventude 14 de Fevereiro – que tem liderado a contestação na Praça da Pérola, que ocupavam há já várias semanas – convocou este novo protesto para a Rua Budaya, região a norte da capital repleta de vilas e subúrbios de maioria populacional xiita que conduz à localidade de Budaya, berço da elite sunita do país.

Nos confrontos da manhã desta quarta-feira, pelo menos três manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos, afirmou fonte da oposição citada pelas agências de notícias. O Ministério do Interior, por seu lado, anunciou a morte de dois polícias.

A situação no Barein é de tensão explícita. O rei Hamad Ben Issa Al-Khalifa proclamou o estado de emergência por três meses, um dia após a chegada de tropas do Golfo para ajudar a travar a contestação xiita num país governado por sunitas.


Com informações da esquerda.net e agências

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