Presidente Lula: "Deixo um Brasil que em breve será a 5ª maior economia do mundo"


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que em 1º de janeiro de 2011 entregará a sua sucessora, Dilma Rousseff, um Brasil preparado para se transformar na quinta maior economia do mundo.
"O Brasil que entregaremos a Dilma (Rousseff) tem a perspectiva de se transformar nos próximos seis anos na quinta maior economia mundial", afirmou Lula em entrevista coletiva que concedeu hoje a correspondentes estrangeiros e na qual fez um balanço de seus oito anos de Governo.
"A 28 dias do final do meu mandato posso dizer que estou satisfeito com o conseguido. Não resolvemos todos os problemas do Brasil, mas demos passos importantes para solucionar coisas que pareciam insolúveis", acrescentou Lula, que deixa o cargo com uma popularidade recorde e após ter garantido a eleição de Dilma, candidata que era desconhecida e que escolheu a dedo para sucedê-lo.
Em um tom bastante eufórico, Lula repassou suas conquistas sociais, como os 15 milhões de empregos formais gerados em oito anos e os 30 milhões de brasileiros que ascenderam da classe baixa para a média, para poder enfatizar as condições que fazem do Brasil uma potência econômica.
"Vivemos um momento mágico que não é passageiro. Na minha opinião vai ter uma duração de médio a longo prazo", afirmou o presidente ao se referir ao atual crescimento da economia brasileira, que pode chegar a 7,5% em 2010 e manter o impulso nos próximos anos.
Lula afirmou que três das maiores hidroelétricas em construção atualmente no mundo estão em obras no Brasil e poderão acrescentar ao país um potencial de geração adicional de 18 mil megawatts.
Disse igualmente que três das maiores ferrovias em construção no mundo também estão em obras no Brasil, assim como quatro das maiores refinarias de petróleo do planeta.
"O maior investimento na indústria petrolífera hoje no mundo é a feita pelo Brasil. São US$ 224 bilhões em investimentos até 2014", disse.
"São dados que garantem que Dilma vai assumir o Brasil andando a 120 km/h. Não estará com o carro parado no estacionamento e com a bateria arriada", disse.
"Ela pode acelerar um pouco e chegar até 140 km/h ou pode manter a atual velocidade. O que não pode acontecer é sair da rota", acrescentou.
Ele assegurou que, além da economia, até as bem-sucedidas operações realizadas na semana passada para expulsar os traficantes de drogas que controlavam várias favelas do Rio de Janeiro ajudaram a melhorar a imagem do país.
"Antes apenas se falava do Brasil quando havia uma Copa do Mundo ou quando chegava o Carnaval. Agora se fala sempre do Brasil, de sua economia e de seu papel no mundo", disse.
"Não fizemos tudo o que queríamos, mas fizemos mais que em qualquer momento no país. Não existe comparação com outros governantes e quero que Dilma faça mais", assegurou.
Lula disse que sua maior decepção foi não ter conseguido aprovar alguns marcos reguladores necessários para permitir que o Brasil, que tem uma "poderosa máquina de fiscalização", também possa contar com uma "poderosa máquina de execução".
Ele admitiu que enviou duas propostas de reforma tributária ao Congresso após havê-las discutido e pactuado com os governadores regionais, os empresários e os trabalhadores, mas que um "inimigo oculto" impediu sua aprovação no Congresso.
Disse igualmente que apresentou uma proposta de reforma política que foi arquivada no Congresso pelas divergências entre os partidos mas que pretende, quando deixar a Presidência, se esforçar como militante político para que o Parlamento aprove uma necessária reforma nos sistemas político e eleitoral do país.
O presidente afirmou que deixa o Governo satisfeito porque conseguiu provar que qualquer brasileiro, inclusive um trabalhador de origem pobre e sem educação superior, pode governar o Brasil.
"Tinha que provar que um operário saído de uma fábrica pode governar porque caso contrário nenhum trabalhador voltaria a ser presidente do Brasil", assinalou.
Lula acrescentou que, por enquanto, não tem planos para o futuro e que apenas pensa em "desencarnar" da Presidência para poder ser "o Lula de antes" e "voltar a fazer política sem falar como se ainda estivesse na Presidência".

Com informações da agência EFE

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