Gerdau - um tucano no governo Dilma
Vivemos tempos de "coalisão política". O novo governo da presidenta Dilma deverá seguir esta mesma lógica iniciada pelo governo Lula. Isso já era sabido desde o momento da montagem da chapa, com a indicação de Michel Temer para ser o vice-presidente. Até aí, sem maiores problemas.
Dilma acertou ao anunciar a saída do Henrique Meirelles do Banco Central e desenhar uma equipe econômica com um viés nitidamente desenvolvimentista, com a manutenção de Guido Mantega na fazenda, de Miriam Belchior no planejamento e a entrada de Alexandre Tombini no Banco Central. Quanto a este último, não tenho maiores informações a respeito do que pensa sobre o modelo de desenvolvimento e gestão da economia, mas o símbolo da saída de Meirelles é suficientemente positivo e sinalizador de qual rumo se pretende dar no desenvolvimento da economia do Brasil.
No entanto, o que não é aceitável é termos no novo governo figuras que sabidamente estão posicionadas no campo adversário do projeto político do governo. Se ventíla pela imprensa, por exemplo, que o ministro da defesa Nelson Jobim, apesar de todas as denúncias de colaboração com os EUA estaria sendo mantido. Um erro político que espero não seja confirmado.
Agora a imprensa divulga(veja aqui) que o empresário Jorge Gerdau estaria sendo confirmado na composição do novo governo. Segundo as notícias, ele estaria compondo o núcleo de gestão administrativa do governo. Tal decisão, caso se confirme, é um erro político. Gerdau nunca foi "apenas" mais um empresário "bem-sucedido" que busca ganhar seus milhões. Ele sempre teve uma forte atuação política e, o que é pior, com um lado definido, o lado neoliberal.
Nesta atuação política ele sempre se utilizou destas relações para seu benefício próprio, ganhando generosos e polpudos subsídios fiscais para suas empresas. (veja mais aqui). Para recordar, na década de 90, principalmente no governo de Antonio Britto no Rio Grande do Sul, estes subsídios atingiram valores milionários e geraram fortes mobilizações populares contrárias a estas práticas.
Gerdau é intimamente ligado ao tucanato, suas relações com Yeda Crusius são públicas e notórias. Para ilustrar bem este comprometimento dele com os tucanos basta comparar os recursos doados para as campanhas presidências deste ano. Segunda as prestações de conta entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o grupo Gerdau dou mais de R$ 3 milhões de reais para a campanha de José Serra. Para a campanha petista, foi menos da metade.
Mais que um erro em convidar Jorge Gerdau para compor o governo, fica latente o oportunismo dele em aceitar.
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Um comentário:
Paz e bem!
Um??
E o Nelson Jobim?
O Gerdau,
pelo menos,
não parece ser
um traidor.
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