Enem pensar em parar de estudar



Por Miguel Idiart Gomes*

A educação brasileira tem um corte histórico, o antes e o depois do ProUni e do Enem.
Sem dúvida alguma, houve negligência em revisar as matrizes das provas do Enem 2010, para a qual haviam 4,6 milhões de pessoas inscritas.

A gráfica RR Donneley, vencedora da licitação para imprimir as provas, divulgou uma nota técnica sobre os problemas registrados na prova amarela. No texto, a gráfica afirma que a falha de impressão atingiu apenas 0,33% dos 10 milhões de cadernos impressos, o equivalente a um lote de 33 mil exemplares, das quais 21 mil foram efetivamente aplicados.

Independente da porcentagem baixa, houve um erro e, alguém deve ser punido, porém usar politicamente essa falha para derrubar o exame é no mínimo uma covardia!

Durante décadas foram diversos os discursos por parte de políticos em defesa da educação, mas de fato, não foi feito nada parecido com a pequena revolução que está em curso no Brasil.

Na Educação Básica o governo Lula criou o Fundeb (mais de 5 bilhões em 2009), houve a construção de 214 Escolas Técnicas; a criação do Piso Salarial Profissional Nacional para os professores e, pela primeira vez na história desse país o governo distribui livros didáticos para o Ensino Médio.

Na Educação Superior foram construídas 14 novas universidades, em torno de 104 extensões universitárias, representando mais de 228 mil novas vagas de ingresso. Com esse avanço, foi necessária a contratação de 33 mil profissionais da educação. O ProUni garantiu 596 mil bolsas em universidades privadas.

A Emenda Constitucional nº 59 tornou obrigatório a educação de crianças e jovens entre 4 a 17 anos, no intuito de tirar as crianças e jovens das ruas e incluí-las nas salas de aula. Outra política educacional foi a de garantir recursos do Fundo Social do Pré-sal.

Desde o surgimento da primeira universidade no país na década de 30, o ensino servia apenas a uma elite branca e rica.

Os responsáveis pela falha nas provas do Enem deve ser julgados e punidos, mas transformar esse caso numa bandeira contra o ingresso de pobres nas universidades é retroceder e jogar milhões de sonhos daqueles jovens em entrar numa universidade e terem uma vida digna.

Por isso, a juventude não pode ser _enenganados_ pelos reprodutores de um discurso elitista contra a avaliação.

Enem pensar em para de estudar! O Enem tem que continuar!



*Estudante de Ciências Sociais da Unisinos

Um comentário:

Tom disse...

Saudações!!!

Fica muito claro a todos nós o interesse de alguns, em desmoralizar a prova do Enem, mas não só o exame como toda a política que favorece as minorias no Brasil. Eu fiz esta prova, recebi o caderno Rosa n°4 do 1° dia, este também apresentou falhas, uma troca nos títulos. Sendo "Ciências Humanas e suas Tecnologias" as questões de 1 a 45, porém no gabarito, as respostas solicitadas de 1 a 45 cabiam às "Ciências da Natureza e suas Tecnologias". Ao questionar, instruíram que seguíssemos fazendo a prova. Na Gráfica houve um cruzamento das perguntas com as respostas.

Pessoalmente fiquei muito chateado, porque vejo nessa prova a única alternativa para mim ingressar no ensino universitário. Na mesma hora percebi que havia um interesse por trás de tudo aquilo. E penso até que: se outro "Presidente" tivesse ganho as eleições, já tinha um plano para acabar com esta prova. Em decorrência e como consequência de todos estes fatos. Vejam bem como se daria esta articulação para acabar com o ENEM.

Se tiver que fazer de novo, estou pronto! Só não podemos deixar acabarem com nossas esperanças!!