Daniella Cambaúva
Um grupo de soldados recebeu críticas em Israel após disponibilizar na internet um vídeo que os mostra dançando fardados enquanto faziam patrulha num checkpoint na cidade de Hebron, Cisjordânia, território palestino sob ocupação de Israel.
Nas imagens, colocadas no YouTube neste domingo (4/7), é possível ver seis militares do 50º Batalhão da Brigada do Exército de Israel encenando uma coreográfica em uma rua da parte antiga da cidade palestina, conhecida como "Casba".
Os soldados aparecem fazendo a habitual patrulha, escutam o Adhan – som emitido pela minarete das mesquitas indicando que é hora de uma das orações islâmicas – quando, de repente, desfazem a fila e começa encenar uma coreografia. A música é “Tick Tock”, da cantora norte-americana Kesha.
Após ir para o YouTube com o título “Rock the Casbah in Hebron”, o vídeo recebeu diversas visitas, segundo a agência de notícias espanhola Efe o jornal espanhol El Mundo, mas, após a atitude dos soldados ser criticada nos comentários, o material foi retirado do site. Em seguida, o mesmo vídeo foi colocado por outros usuários em outros canais na rede social.
Segundo o El Mundo, na primeira versão havia comentários afirmando que a cena era uma chacota com os palestinos. “É fácil rir da ocupação quando você é quem ocupa", escreveu um internauta. “Isto é uma piada com a ocupação”, afirmou outro usuário.
Por sua vez, o exército israelense alega que as imagens são condenáveis porque os soldados estavam fardados e afirma que serão “devidamente punidos”.
"É um grupo de soldados que está quase encerrando o serviço militar. Em vez de receberem duas semanas de férias antes da licença, como acontece normalmente, serão obrigados a voltar ao trabalho e estudaremos qual será a punição”, disse um porta-voz militar à Efe.
O exército israelense proíbe que os soldados disponibilizem na internet vídeos e fotos que mostrem detalhes das operações militares. "O comandante do batalhão vai estudar o caso e determinar a gravidade, tanto do ato, como do castigo que os soldados devem receber”, afirmou.
O general Yaacov Amidror disse à rádio militar local que “o assunto precisa ser analisado com as devidas proporções, sem exageros. São soldados que têm apenas 20 anos e não incomodaram ou agrediram ninguém. Mas, considero as ações deles um erro e por isso devem ser castigados”.
No ano passado, Israel criou uma unidade do serviço de informação, ligada ao serviço militar, encarregada de rastrear na internet “conteúdo que pode colocar em perigo a segurança do Estado”.
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