Caso Eliseu Santos: A derrota do jornalismo investigativo no RS

Por Mídia Mundo

Jornalismo que se preze é, por natureza, investigativo. O contrário da investigação é a preguiça. E isso não interessa ao leitor, apesar de ser repetido todos os dias em quase todos os jornais.
A imprensa gaúcha ontem levou um furo do Ministério Público. Um furo não, um rombo. Uma cratera.
Há cinco semanas o então secretário da saúde de Porto Alegre foi assassinado quando saía de um culto religioso. Eliseu Santos estava ao lado da mulher e da filha em uma rua movimentada, ao lado de um supermercado igualmente movimentado.
Imeditamente suspeitou-se de vingança ou ajuste de contas. Mais ainda por que o secretário usava uma arma para se defender e teria disparado quase 10 tiros contra os agressores.
A Polícia, porém, em tempo recorde, decretou: foi tentativa de assalto. E até prendeu os supostos assassinos.
Caso encerrado. E a imprensa gaúcha acreditou nessa versão. Não desconfiou que algo não fechava nessa história. Não investigou o que o secretário fez na secretaria. Não conversou com colegas de Eliseu. Não escutou o que diziam os funcionários da secretaria - que jamais engoliram a versão do assalto. A imprensa se calou, acreditou, perdeu a pegada. Como se fosse um release, assumiu a versão da Polícia e "arquivou" o caso.
Pois ontem tudo mudou, quando o MP anunciou que o caso tratou-se de queima de arquivo e vingança.
Aos jornais - Zero Hora (Porto Alegre, RS), Correio do Povo (Porto Alegre, RS) e Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) - não havia outra postura, se não engolir o furaço e tentar recuperar alguma credibilidade. Em vão.
É uma páscoa de luto para o jornalismo gaúcho.

2 comentários:

jesner disse...

E por falar em jornalismo investigativo, alguém poderia clarear esta obscura 'matéria' da BBC Brasil:

Fogaça está entre os 50 melhores prefeitos do mundo

ONG de Londres promove eleição pela internet
O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), está na lista dos 50 melhores prefeitos do mundo. Ele é o único representante do Brasil no concurso promovido por uma Organização Não-Governamental (ONG) com sede em Londres, de acordo com a BBC. A votação será feita pela internet, e o resultado será divulgado no próximo mês.

Segundo a entidade internacional City Mayors, que monitora administrações municipais em todo o mundo, o concurso World Mayor tem como objetivo identificar os prefeitos que mais se destacaram na gestão das suas cidades. A seleção foi feira com base em indicações de 100 mil internautas de diversas partes do mundo.

A lista dos 50 finalistas inclui três prefeitos da África, 10 da América do Norte, 11 da América Latina, 11 da Ásia e 15 da Europa.

O Fogaça é o único representante brasileiro selecionado para escolha de 'melhor prefeito do mundo'?

De perto, só conheço Porto Alegre. O mundo deve estar muito mais feio pessoalmente.

ERick disse...

Realmente
Se tal eleição existe de fato e fosse minimamente séria, o mundo estaria num mal momento para o Fogaça ser uns dos melhores do mundo.
Felizmente sabemos que isso tem tanta autênticidade quanto uma nota de 3 reais.

Sds