As tentativas de garantir uma boa aposentadoria no final de um governo medíocre


As indicações do presidente do Banrisul, Fernando Lemos, para o Tribunal de Justiça Militar, e do deputado estadual Iradir Pietroski (PTB) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) são típicas do final de um governo medíocre como o de Yeda Crusius. Cada um tentando arrumar um futuro tranqüilo. O Tribunal de Justiça colocou uma pedra no caminho de Lemos e suspendeu sua indicação. Já Pietroski passou o dia dando explicações sobre uma ação de improbidade administrativa. Considerando o que aconteceu com Marco Peixoto, Pietroski não se preocupa muito. Aposta que seus aliados políticos na Assembléia garantam uma boa aposentadoria no TCE.
O corpo técnico do TCE vem tentando barrar essas indicações, até aqui sem sucesso, mas conquistando crescente apoio na sociedade. Nesta segunda, o boletim do Sindiágua relatou uma série de irregularidades que estariam ocorrendo na Corsan, sem que haja uma fiscalização efetiva por parte do TCE. O sindicato manifesta apoio à luta dos funcionários do Tribunal que defendem o fim das indicações políticas na instituição. O relato do sindicato resume alguns dos problemas enfrentados hoje em função desse modelo:
A Corsan ainda é uma empresa pública, portanto suas contas devem ser analisadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Mas, quem indica os conselheiros deste Tribunal? Sim, os políticos, o governo do Estado. Quem não lembra do caso João Luiz Vargas? Foi implicado no caso Detran, mas ele é quem decidia, por exemplo, se havia ou não irregularidades na Corsan. Quem Yeda indicou para substituí-lo? Marco Peixoto, também com implicações. Este não soube nem responder a sabatina feita a ele pelos parlamentares, ou seja, ele nem sabe o que está fazendo lá. Mas, está lá, e é ele quem decidirá se nossas denúncias de atos ilícitos na Corsan terão um culpado ou não.
Quando a gestão Corsan paga R$ 104 mil por uma bomba que custa R$ 37 mil, isto é um ato político (até se presta para campanha, mas não é político) ou é uma questão técnica de superfaturamento? Quando a Sul Cava recebe quase três mil ligações sem executá-las, é política ou técnica? Quando vão quase R$ 100 mil na recuperação de um reservatório condenado, que está fora de operação em Montenegro, é político ou técnico? Então, como o julgamento final destes atos se dá por um deputado? E, pior ainda, integrante do mesmo governo que está cometendo estas irregularidades?

Pescado no RS Urgente

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