O vice-líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, Raul Pont, considera que o pronunciamento da governadora Yeda Crusius, na manhã desta quarta-feira (21), tem o claro objetivo de promover sua autovitimação para sensibilizar a opinião pública. Na avaliação do parlamentar, o resultado da votação do pedido de impeachment era o esperado pela sociedade, já que o governo detém a maioria na Assembleia Legislativa, e não significa, de forma alguma, que as suspeitas de participação da governadora em fraudes tenham sido afastadas. “O arquivamento aconteceu a despeito das inúmeras evidências que mostram que, no mínimo, a governadora se omitiu em relação ao esquema montado no Detran”, frisou.
Pont afirmou, ainda, que a entrevista concedida por Yeda trouxe à tona uma terceira versão para a compra da mansão da governadora. “Agora, a governadora diz que pagou RS 500 mil pelo imóvel, ou seja, R$ 50 mil sumiram da transação. E que o restante foi parcelado, contradizendo duas versões anteriores: uma que apontava para a contratação de um empréstimo e outra para o pagamento de R$ 550 mil”, apontou.
Segundo o líder do PT, há uma quarta versão para a compra da mansão nos documentos que integram a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal. “Se a relatora do processo do impeachment tivesse consultado o material, teria se deparado com a versão do ex-marido de Yeda, Carlos Crusius, que é diferente das demais”, revelou.
Para o deputado, a governadora menospreza a sociedade gaúcha ao afirmar que não errou em relação ao Detran. “Ela foi informada da situação em fevereiro de 2007 por Lair Ferst e Flavio Vaz Netto e a única providência que tomou foi trocar as fundações para dar manter o esquema fraudulento. Não apurou a responsabilidade de Carlos Ubiratan dos Santos, presidente do Detran durante o governo que antecedeu o seu, é só afastou Vaz Netto por decisão judicial”, frisou.
Para o deputado, não há vitórias para a governadora e sua base aliada comemorar. “A menos que considerem a fraude no Detran, a fraude do relatório que concluiu pelo arquivamento do impeachment e a fraude apurada pela Operação Solidária motivos para celebrações”, emendou.
Pont lembrou que o governo gaúcho ainda tem que dar muitas explicações sobre os fatos apurados pela Operação Solidária, que desvendou irregularidades em licitações sob a responsabilidade do Estado. “Assessores que falavam em nome da governadora, como Delson Martini, Walna Meneses e Chico Fraga, estão diretamente implicados. Além disso, há fortes evidências de participação de integrantes de todos os partidos da base aliada no esquema fraudulento. É impossível que continuem a agir como se nada estivesse acontecendo no Estado”, finalizou.
Fonte: PT Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário