O silêncio de Pedro Simon
O Senador Pedro Simon, do PMDB, sempre buscou se notabilizar pelos discursos exaltados em defesa de uma suposta "ética" na política. Sempre tentou destacar que ele é do "PMDB Gaúcho" ou do "velho MDB'', tentando desvincular a sua imagem da sua sigla nacional, que invariavelmente, de tempos em tempos, esta vinculada a algum escândalo.
Agora que o Rio Grande do Sul está envolto no maior escândalo politico de sua história, onde evidências inequívocas de corrupção assolam o Palácio Piratini, qual tem sido o comportamento do nosso sempre vigilante Senador?
Um gritante silêncio assola ao Senador Pedro Simon.
Nenhuma discurso inflamado e verborrágico na tribuna do Senado para exigir qualquer tipo de investigação, providências, etc. envolvendo os sucessivos escândalos no Governo Yeda. E já se vão alguns meses desde que as primeiras denúncias vieram a público. Falta de tempo para analisar as acusações ou ausência de "fatos novos'' ele não pode alegar. Se há uma coisa que o governo da Yeda se expecializou até agora é em produzir escândalos quase que diariamente, ainda que muitos sejam gentilmente abafados pela sempre generosa mídia local.
Quanto ao seu partido, o comportamento dos Deputados do PMDB gaúcho na Assembleia Legislativa não poderia ser mais sintomático da falta de rumos e coerência que assolam a sigla. Desde o inicio, tentaram de todas as formas boicotar a CPI, depois que já havia assinaturas suficientes para sua instalação, correram para assinar.
Mal tinham assinado a CPI, já saíram reclamando do teor do requerimento, muito amplo, na avaliação deles. Traduzindo: queriam que a Operação Solidária fosse varrida do
requerimento. Para quem não sabe, esta é uma operação da Polícia Federal que tem alguns dos principais caciques do PMDB gaúcho envolvidos em um esquema que pode tornar o escândalo do Detran "troco", comparando-se o volume de dinheiro público desviado.
E agora eles partem para uma tentativa aberta de boicote ao funcionamento da CPI, vale lembrar que no inicio das denúncias, a Governadora Yeda deu um recado para todos os seus aliados "não cairei sozinha!". Parece que a chantagem funcionou e a base do governo segue alinhada e perfilada em uma aberta operação de esvaziamento da CPI.
Contraditoriamente, o Senador Simon segue silenciando sobre todos esses acontecimentos.
No máximo se limita a atacar ao Sarney (importante lembrar que também é do PMDB) e lançar alguma crítica descontextualizada ao governo federal.
Quanto ao que está acontecendo na política local, do estado que o elegeu Senador, o silêncio permanece. Quando o Senador Pedro Simon irá romper o silêncio sobre a corrupção no Governo Yeda? Será que só falará a respeito no ano que vêm, quando Simon deverá tentar mais uma reeleição ao Senado, esperando contar com o "esquecimento" das pessoas quanto ao seu apoio desde a primeira hora para a Yeda? Se for essa a aposta do Senador, é possível que venha a ter uma surpresa desagradável nas urnas.
Crédito da foto Daniel de Andrade-Gaia
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