CMP reivindica imóveis vagos da União para habitação popular

A Central de Movimentos Populares (CMP) aproveitou a divulgação, na semana passada, de relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a existência de 571 imóveis da União, sem uso, em todo o país, para reivindicar mais uma vez que esses bens sejam transformados em habitações para famílias de baixa renda, assim consideradas aquelas que recebem até três salários mínimos por mês.
O dado não é novidade, diz a presidente da CMP de São Paulo, Maria das Graças Xavier, a Graça, em entrevista à Agência Brasil. Ela conta que a central fez levantamento, em abril, sobre todas as edificações da União, autarquias, fundações e empresas estatais, e concluiu que quase 29 mil imóveis estão vagos ou ocupados irregularmente. A estimativa também é citada pelo Ministério das Cidades.
Graça informa que a CMP entregou documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, no mês passado, reivindicando direito de uso dos imóveis pesquisados. A maioria deles, segundo a líder, pertence ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), à Marinha e à extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA). "Muita gente se aposentou, perdeu o emprego e o direito de uso, mas continua morando nos imóveis da União, porque não existe fiscalização adequada".
Segundo Graça, a CMP fez várias manifestações sobre esse “estado de desmazelo do patrimônio público", no decorrer de junho, e encaminhou o levantamento também ao ministério. Ela diz que, além de pleitear o uso dos imóveis para os mais necessitados, a CMP quer ser parceira na fiscalização das obras de restauração e adaptação dos prédios. "Isso é para evitar que só as empreiteiras continuem se beneficiando das obras, como tem acontecido até aqui", comenta.

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