A foto acima diz tudo; um médico cubano negro, que chegou ao Brasil para trabalhar em um dos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum profissional brasileiro, foi hostilizado e vaiado por jovens médicas brasileiras; com quem a população fica: com quem se sacrifica e vai aos rincões para salvar vidas ou com uma classe que lhe nega apoio?
Em nenhum país do mundo, os médicos cubanos estão sendo tratados como no Brasil. Aqui, são chamados de "escravos" por colunistas da imprensa brasileira e hostilizados por médicos tupiniquins, como se estivessem roubando seus empregos e suas oportunidades. Foi o que aconteceu ontem em Fortaleza, quando o médico cubano negro foi cercado e vaiado por jovens profissionais brasileiras.
Detalhe: os cubanos, assim como os demais profissionais estrangeiros, irão atuar nos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum médico brasileiro, a despeito da bolsa de R$ 10 mil oferecida pelo governo brasileiro. Ou seja: não estão tirando oportunidades de ninguém. Mas, ainda assim, são hostilizadas por uma classe que, com suas atitudes, destrói a própria imagem. Preocupado com a tensão e com as ameaças dos médicos, o ministro Alexandre Padilha avisou ontem que o "Brasil não vai tolerar a xenofobia".
O vídeo abaixo mostra os 96 médicos estrangeiros, sendo 79 cubanos, que desembarcaram no Ceará para fazer o curso de formação de três semanas foram hostilizados e xingados na saída da Escola de Saúde Pública, logo após a solenidade de acolhimento.
Um grupo de cerca de 50 médicos esperavam os estrangeiros vaiando, gritando e xingando de escravos os profissionais de escravos do lado de fora do prédio. Ao ouvirem os gritos, os médicos cubanos passaram 40 minutos pensando em uma alternativa de sair da Escola Pública sem passar pela barreira de manifestantes, mas não houve outra solução. Cerca de 5 carros da PM estavam ao lado de fora.
Fontes: Brasil 247 e O Povo
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Um comentário:
Olá, Erick! Muito bom o post, pois temos que denunciar essas manifestações xenófobas, racistas e fascistas. Nesse sentido, abri uma exceção no meu blog "De Olho no Crea Gaúcho", dedicado à análise crítica do sistema CONFEA/CREA's, e reproduzi tua matéria (com crédito). Abraços, Hermes.
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