Protestar está na moda


Aproveitando os grandes protestos que estão ocorrendo no Brasil, que iniciou a partir das mobilizações de massa em São Paulo e outras capitais contra o aumento das passagens, cada vez mais tem surgido ações, manifestações e reivindicações um tanto quanto "heterogêneas" (para dizer o mínimo), que muitas vezes beiram ao próprio antagonismo entre si.

Um "belo" exemplo dessa miscelânea é a "manifestação" promovida por uma agência de modelos, que decidiu fazer, nesta quarta-feira (19) um ato de protesto "diferente". Com camisetas customizadas, onde se lia "Acorda" ao lado da bandeira do Brasil, jovens de 17 a 24 anos participaram de um editorial de moda nas escadas da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro.

A "rebeldia" deste ato é algo que realmente impressiona!

Seguindo nessa toada, não estranharia um ensaio fotográfico de atores da Globo em apoio aos protestos.

Ops, quase que me esqueço, isso também já teve!
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3 comentários:

Divagando disse...

Os rebeldes sem causa assumiram o comando das manifestações agora, e estão babando iguais aos cachorros loucos, protestando contra tudo e contra todos.

XAD disse...

Fascistas, Fascistas! Não passarão!!!

Acabo de voltar da passeata na Av. Paulista, convocada pela direção nacional do PT. Éramos não mais de 200 militantes.

Quando cheguei à concentração, na Av. Angélica, vi que talvez não conseguíssemos caminhar nem 100 metros… O ódio dos que estavam na Paulista e que ocupam as ruas há dias era total. Mas esse ódio não era direcionado apenas ao PT. Era contra qualquer bandeira, qualquer movimento social organizado. A CUT estava presente. O Movimento Passe Livre. E a UNE também.

Durante a passeata, várias bandeiras foram atacadas, rasgadas e queimadas sob gritos de “Fora PT, vai tomar no cu!”, “o povo acordou”, “oportunistas” e, last but not least, “mensaleiros”!!!

Desde o início, foi necessário formar um cordão humano para “proteger” o final da passeata. Às vezes, formava-se um cordão também na lateral.

Os ataques acompanharam toda a passeata. Fomos vaiados na maior parte do tempo. O silêncio só veio quando cantamos um trecho do hino nacional. Também gritávamos: “Sem violência”, “Democracia”, “Vem pra rua, vem contra a tarifa”, “olha que loucura, contra partido, parece ditadura” e “R$ 3 não dá, contra a tarifa, é passe livre já”.

Durante o trajeto, tentaram invadir a passeata, ameaçaram, provocaram, partindo para a agressão, xingando o tempo todo. Foi tenso. Deu um medo danado.

Um dos gritos que se expandia com muita facilidade, espalhando-se pela Paulista, era: “O povo unido não precisa de partido”. Enquanto gritavam, as pessoas, que ocupavam as laterais da avenida, colocavam os braços para cima, em gesto típico do nazismo/fascismo.

Seguimos até o Masp. Não sei nem dizer como conseguimos. Nessa hora, os gritos de “abaixa a bandeira” tornaram-se cada vez mais fortes. E os ataques também. Chutes e ameaças, de um grupo de “carecas” e fortões, que seguiu a passeata durante todo o trajeto, tornavam a cena totalmente assustadora.

Na altura da estação Trianon-Masp fomos cercados. A passeata tornou-se, praticamente, um cordão humano, de um lado e de outro. Começaram a jogar rojões em cima da gente e bolas de papel com fogo.

Nessa hora, correram avisos para que a gente guardasse as bandeiras. Eu, por exemplo, estava empunhando uma bandeira da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (acho que era isso) e desfilei o tempo todo enrolada numa bandeira do PT. Alguém pegou a bandeira da UEE e outro me avisou para tirar a bandeira do PT e guardar na mochila (para evitar linchamento e coisas do tipo, caso a passeata se dispersasse).

Para vocês terem uma ideia, eu estava compondo o segundo cordão no fim da passeata. Não foi nada fácil.

Nesse momento surgiu o grito: “Fascistas, Fascistas, Não Passarão!!”.

O grito foi entoado em uníssono, com muita força. Embora o momento não fosse propício, cheguei a rir quando uma moça, que estava atrás de mim, soltou: “gente, não adianta gritar isso, eles não sabem o que é, vão achar que é só provocação e, ao que parece, somos minoria!!”.

E éramos. Depois de alguns minutos, abaixamos as bandeiras, a passeata foi invadida. Dispersamos.

Voltei para casa, com a bandeira na mochila, pensando. Pensando muito. Lembrei do Allende.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Culpa do Rui Falcão e sua idéia caduca de maré vermelha. Collor fez o mesmo, convocou o povo a sair nas ruas de verde e amarelo e o povo saiu de preto.