A Justiça liberou na última quinta-feira o corte, pela prefeitura de Porto Alegre, de 115 árvores localizadas ao lado da Usina do Gasômetro, para dar continuidade à obra de duplicação da Avenida Beira Rio. Mas os movimentos que barraram a derrubada das árvores não pretendem desistir tão facilmente da luta para preservá-las. Os Amigos da Gonçalo de Carvalho, o Centro de Estudos Ambientais, o Comitê Latino-Americano, a Defesa Pública da Alegria, o Coágulo Criações – Coletivo de Cultura, PoA em Movimento, Agapan, APEDeMA e o Ocupa Árvores – Acampamento de resistência estão convocando uma Marcha pelas Árvores para esta segunda-feira (20), uma Defesa Pública das Árvores. A manifestação está sendo convocada por uma página especial no Facebook e outras organizações podem se somar a ela ainda neste final de semana. A marcha deve iniciar às 18h, em frente à prefeitura da capital. O manifesto da Defesa Pública das Árvores afirma:
Em nome de interesses privados, a Prefeitura promete massacrar os 115 “vegetais”, substituindo-os por asfalto. A Prefeitura se recusa a apresentar alternativas ao projeto e promete recomeçar os cortes o quanto antes. Além da perda ambiental, a obra vem retirar da população um espaço de encontro e convivência, dificultando a circulação de pedestres.
Indo na contramão das novas políticas internacionais de mobilidade urbana, o poder municipal aposta na falsa sensação de que a duplicação de grandes vias é a solução para os problemas de congestionamento, o que muitas vezes pode confundir aqueles que enfrentam esta dificuldade diariamente. Frente aos inúmeros pareceres de urbanistas que afirmam o quanto a duplicação da via é uma estratégia equivocada, percebe-se que a obra é ligada diretamente aos interesses das construtoras e da indústria automobilística e não à vontade e necessidade popular.
Porto Alegre, nossa maltratada cidade, já teve que LUTAR muito para salvar o pouco do seu patrimônio histórico e ambiental que ainda está de pé. Em 1975, ousamos lutar e ousamos vencer na luta pelas árvores da Faculdade de Direito. Na mesma década a mobilização popular evitou a demolição do Mercado Público e da Usina do Gasômetro (que ocorreriam devido a outras obras estúpidas de incentivo ao uso do carro). Há pouco, tão pouco que esse sopro ainda nos enche os pulmões, a população foi às ruas em massa e barrou mais um aumento criminoso da passagem.
Seguiremos construindo a tradição libertária desta cidade, que luta por ser mais que um porto e quer ser um Porto Alegre. Nesta segunda-feira marcharemos com nossos tambores da Prefeitura ao Gasômetro, para que o poder público municipal saiba o que o povo quer. Este ato é aberto a todos os coletivos e movimentos que quiserem se somar! Esta luta não é de poucos, é de todo um povo. Ousando lutar, ousaremos vencer!
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