Justiça condena Mayara Petruso por discriminação no Twitter
Um dos subprodutos da campanha de ódio e intolerância protagonizadas por José Serra (PSDB) nas eleições presidenciais de 2010 foi a multiplicação de mensagens com conteúdo racistas e preconceituosas na internet. Um dos casos que ganharam grande notoriedade naquele momento foram as mensagens com conteúdo racista contra os nordestinos pela estudante de direito Mayara Petruso.
Quase dois anos após o incidente, de maneira exemplar, a Justiça Federal de São Paulo a condenou por crime de discriminação. A juiza estabeleceu que ela ficasse presa por um ano, 5 meses e 15 dia, no entanto, a pena foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa.
Após a vitória de Dilma Rousseff no pleito realizado em 2010, a jovem postou “Nordestisto [sic] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”. Segundo a Vara Federal Criminal em São Paulo, a acusada confessou ter publicado as mensagens e que o verdadeiro motivo do conteúdo foi o resultado das eleições da presidente Dilma, que teve grande votação na região nordeste do país.
Apesar de toda repercussão, ela disse à justiça que não tinha intenção de ofender ninguém, que não é preconceituosa e que estava arrependida do que fez.
“M. [a justiça não refere-se diretamente ao nome da acusada] pode não ser preconceituosa; aliás, acredita-se que não o seja. O problema é que fez um comentário preconceituoso.Naquele momento a acusada imputou o insucesso eleitoral (sob a ótica do seu voto) a pessoas de uma determinada origem. A palavra tem grande poder, externando um pensamento ou um sentimento e produz muito efeito, como se vê no caso em tela, em que milhares de mensagens ecoaram a frase da acusada”, afirma Mônica Camargo, juíza federal responsável pelo caso.
Segundo a juíza, o Ministério Público Federal (MPF ) denunciou a estudante por crime de discriminação ou preconceito de procedência nacional com base no artigo 20 da Lei nº 7.716/89.
De acordo com a transcrição da íntegra do julgamento, a acusada tentou se defender alegando que postou o comentário apenas por motivação política. "Eu tinha como candidato o José Serra, foi coisa do momento, como num jogo entre dois times, um jogador diz: 'Vou matar o Corinthians', é coisa de momento. Não sou preconceituosa, não faço discriminação." As explicações da agora ex-estudante de direito, felizmente, não convenceram.
Com informações de agências.
.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Incrivel! A justiça brasileira sempre tem uma escapatória para uns poucos, quase sempre os que têm um bom poder aquisitivo, é claro. Rápido a Mayara encontrou uma forma de se safar. O que admira é a juíza ter o cinismo de dizer que essa moça não estava consciente das suas palavras. O problema do Brasil é o modo cínico com que lidamos com a justiça, não damos a mínima e o país fica cada vez pior.
Postar um comentário