O que muda com a renúncia de Ricardo Teixeira na CBF?
Ricardo Teixeira, o "poderoso chefão" da cartolagem do futebol, finalmente renunciou à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), segundo carta do dirigente à entidade divulgada nesta segunda-feira. Ele também deixa o comando do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014.
"Deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação de dever cumprido", escreveu Teixeira em carta lida nesta segunda-feira por José Maria Marin, que ocupava a vice-presidência da confederação para a Região Sudeste e assume o comando da CBF.Teixeira havia pedido licença médica da CBF na quinta-feira passada, sem informar por quanto tempo. Marin estava, desde então, na presidência da CBF.
Desde fevereiro que rumores sobre o afastamento de Teixeira, que comanda a CBF desde 1989, vinham ganhando força. A maré de denúncias de corrupção, aliadas ao crescente descontentamento popular e uma postura firme da Presidenta Dilma em não conceder nenhuma regalia para Teixeira (ilustra isso o fato de Teixeira jamais ter reunido com Dilma), deixaram o cartola em uma situação extremamente frágil e insustentável. Apenas o apoio da Globo e de seus demais comparsas não eram suficientes para segurar sua permanência na entidade.
No entanto, que mudanças podemos esperar nos rumos da CBF? Parafraseando Giuseppe di Lampedusa, em sua célebre frase no romance O Leopardo, na CBF "as coisas precisam mudar para continuar as mesmas". A curto prazo, nada irá mudar. A médio e longo prazo existe alguma chance, mas julgando pelo histórico de José Maria Marin, o novo presidente da CBF, tudo deverá seguir dentro da "normalidade" da entidade, ou seja, os velhos esquemas devem permanecer intocados.
Marin, que já foi jogador de futebol, foi governador "biônico" do estado de São Paulo durante o período da ditadura militar (na foto acima, Marin junto com seu padrinho político, Paulo Maluf, na época da ditadura) e, posteriormente presidiu a Federação Paulista de Futebol.
No inicio deste ano foi flagrado colocando no bolso uma medalha da premiação da Copa SP de futebol Júnior (imagem ao lado). Este episódio rendeu ao cartola o inglório apelido de "Zé das Medalhas".
Agora, no comando da CBF, ao que tudo indica, Marin terá maior facilidade para "guardar" premiações ainda maiores em seus bolsos.
Com este histórico, pela forma nada transparente com que é gerido os negócios relacionados ao futebol brasileiro, fica mais do que evidente que nada irá mudar com a saída de Ricardo Teixeira e o ingresso de Marin. Quem irá pagar essa conta? Mais uma vez o torcedor brasileiro.
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