Ataque a blogosfera: Ecad quer cobrar blogs por utilizar vídeos do YouTube
O Ecad, mais uma vez, mostra a sua sanha arrecadadora em suas cobranças inusitadas, agora, bola da vez é a blogosfera. O Ecad quer cobrar uma taxa de blogs que compartilhem vídeos do Youtube (mesmo que o próprio Youtube já pague direitos autorais para exibição dos vídeos).
O blog Caligraffiti recebeu na última terça-feira um email da entidade arrecadadora avisando que teriam de pagar direitos autorais pelos vídeos do YouTube e do Vimeo que apareciam no site. O Caligraffiti é um blog sobre design, arte, tecnologia e cultura. Tem uma boa visibilidade em um nicho específico, com mil a 1.500 acessos por dia, mas não rende lucro para nenhum de seus sete colaboradores. A chamada para anúncios no lado direito do blog é voltada apenas para troca de apoios, prática comum na blogosfera. Cada um dos blogueiros tem seu próprio emprego.
Para um blog sem fins lucrativos, o valor cobrado pelo Ecad não é pesado: R$ 352,59 mensais. O Caligraffiti foi classificado na categoria de webcasting, ou transmissão de programas originários da própria internet. Existem também as de podcasting (trechos de programas publicados na internet que podem ser baixados em mp3), simulcasting (transmissão simultânea inalterada) e ambientação de sites (uso de fundo musical no site). Essas informações foram enviadas pelo próprio Ecad por e-mail ao pessoal do blog, que pediram explicações sobre o motivo da cobrança.
A medida é mais uma afronta a liberdade de expressão na internet praticada pelo Ecad, que notoriamente tem um "modus operandi" nebuloso e cercado de denúncias e suspeitas de irregularidades quanto a cobrança, repasses irregulares e descriteriosos aos artistas, etc.
Neste episódio todo, o que mais chama a atenção é o total desproposito desta cobrança: como cobrar uma taxa a um blog, sendo que a imensa e esmagadora maioria dos blogs não possuem fonte de arrecadação alguma. A imensa maioria dos blogs são mantidos de forma voluntária, sem fins lucrativos e visam, fundamentalmente, a difusão e troca de opiniões, expressões culturais, etc.
Esta atitude do Ecad, ainda que possa ser legal, é claramente imoral e retrograda. Mostra que para o Ecad, o mais importante é arrecadar, não a divulgação e democratização do acesso a cultura e a informação.
Somos frontalmente contrários a esta atitude do Ecad. Já está mais do que na hora do Ecad passar por mudanças profundas, que o sintonize com as novas formas de expressão e difusão cultural. É hora de mudanças já!
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Um comentário:
Paz e bem!
"O Ecad quer cobrar uma taxa de blogs que compartilhem vídeos do Youtube (mesmo que o próprio Youtube já pague direitos autorais para exibição dos vídeos)."
Isto não é bitributação?
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