Tonho Crocco é processado por rap contra aumento de deputados
Quando um amigo comentou, demorei a acreditar, foi somente quando vi o manifesto divulgado pelo próprio Tonho Crocco (segue abaixo) é que percebi que era a mais pura (e absurda) verdade.
O músico Tonho Crocco, fundador da banda Ultramen e atualmente em carreira solo, está sendo processado por crime contra a honra, devido a uma representação ao Ministério Público, assinada por Giovani Cherini (PDT) quando este ainda era presidente da Assembleia Legislativa do RS. O "crime" do músico foi ter feito um rap no qual chamava de “gangue” os 36 deputados que aprovaram aumento de 73% em seus próprios salários, em dezembro do ano passado.
Naquela oportunidade, no penúltimo dia de trabalhos da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais gaúchos aprovaram um reajuste de 73% em seus próprios salários. Os vencimentos dos parlamentares pularam de R$ 11,5 mil para R$ 20 mil. A proposta foi aprovada por 36 votos contra 11. A bancada do PT e o petebista Cassiá Carpes votaram contra o projeto.
Não tem como não encarar esta situação como uma clara ameaça a liberdade de expressão. Tonho Crocco expressou, através da música, uma indignação e inconformidade compartilhada por muitos. Se, a partir de agora, se tolher o direito das pessoas manifestarem a sua inconformidade através da arte, estaremos indo muito mal enquanto sociedade.
Fica aqui a total solidariedade e apoio deste blog para o Tonho Crocco.
Não aceitaremos, de nenhuma maneira, que se impeça e censure a liberdade de opinião.
Segue o manifesto escrito pelo músico, ao qual, temos total concordância!
Manifesto contra a censura e pela liberdade de expressão
Porto Alegre, 02 de agosto de 2011
Eu, Antonio Carlos Crocco, nome artístico Tonho Crocco, Brasileiro e morador da cidade de Porto Alegre/RS estou sendo processado por intermédio de uma ação no Ministério Público encaminhada em nome do ex-presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e atual Deputado Federal do PDT GIOVANI CHERINI por crimes contra a HONRA.
A audiência preliminar acontece no dia 22 de agosto de 2011, segunda-feira às 15h no Foro Central de Porto Alegre/RS.
Explicando a situação:
No dia 21 de dezembro de 2010, 36 deputados estaduais votaram a favor do aumento de 73% de seus próprios salários. O substituto do Projeto de Lei 352/2010, elevou o salário dos parlamentares de R$ 11.564,76 para R$ 20.042,34.
Em menos de 24h consegui compor e gravar o vídeo protesto "Gangue da Matriz" que já recebeu mais de 37 mil visualizações no Youtube e está a disposição para download no www.tonhocrocco.com
A assembléia, representada na época pelo Deputado GIOVANI CHERINI encaminhou ao Ministério Público representação de ilicitude, pedindo providências, na qual fui intimado e indiciado por CRIMES CONTRA A HONRA.
O artigo 138, 139 e 140 do código penal prevê pena de 1 mês a 2 anos de detenção.
Não seria esta ação uma forma de censura à liberdade de expressão?
Não estaria o excelentíssimo Deputado ou a quem ele representou agindo de forma truculenta?
Estaríamos retrocedendo aos tempos da ditadura?
Será mesmo que estamos numa democracia?
Meu verdadeiro temor é que se abra um precedente coibindo as manifestação políticas; principalmente aquelas que usam de vias pacíficas e da ARTE como forma de expressão.
Gostaria de contar com o apoio e mobilização dos que concordam com esta filosofia. Não apenas a classe artística e sim de todas pessoas que compartilham esta visão.
Repasse e divulgue este manifesto.
Envie sua mensagem para contato@tonhocrocco.com ou www.twitter.com/tonhocrocco que divulgaremos no site e em todas as redes sociais.
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Assista o vídeo:
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Um comentário:
Ditadura Guasca quer censurar a arte. Querem voltar ao tempo dos caudilhos e coronéis, que "resolviam" os problemas com a crítica e os adversários degolando-os. O mundo inteiro esta repudiando estes políticos tradicionais, que aqui parece, querem continuar comandando o circo. Que comandem, mas deixem pelo menos o povo falar sobre o que pensa do espetáculo. Senão daqui a pouco não terão mais ouvintes e nem eleitores.
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