Ganhou destaque na imprensa local o episódio de um estudante do curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que tem defendido ideias indiscutivelmente racistas.
O estudante José Francisco Alff, 50 anos, tem reiteradas vezes defendido opiniões segregacionistas e com nítida inspiração nazista. Ideias estas que tive a infeliz oportunidade de testemunhar pessoalmente, pois somos colegas em uma mesma disciplina.
As posições de Alff começaram a ganhar maior repercussão em abril, quando um trabalho de tema livre foi considerado inadequado por um dos professores por conter afirmações abertamente antissemitas. O episódio mais recente, porém, provocou a interrupção da aula e pude testemunhar a indignação que provocou em todos nós.
Segunda-feira (20/06), Alff colocou sobre as mesas de todos os colegas cópias assinadas de um texto de três páginas nas quais discorre sobre temas como a superioridade cultural de brancos sobre negros africanos e casamentos interraciais. Em um dos trechos, lê-se que “só uma mulher Branca é capaz de gerar um filho Branco para um Homem Branco – a Negra originaria um híbrido, ou mestiço ou mulato, como queiram (...), e o interracialismo é tb uma forma de exterminação racial ou genocídio – a pior forma de violência racial.” Em seguida, cogita que, teoricamente, esse tipo de união “poderia até vir a ser proibido”.
O estudante chama filhos de casais multirraciais de “híbridos” e compara a miscigenação populacional a uma forma de “exterminação racial ou genocídio”. As declarações já motivaram um processo disciplinar e o registro de uma ocorrência policial.
O que ele tem defendido e afirmado ultrapassam um problema meramente de “opiniões polêmicas” e assumem contornos perigosos. De nenhuma maneira podemos compactuar com posições abertamente segregacionistas e merecem de todos nós o mais profundo repúdio. Somente com as nossas manifestações públicas de contrariedade a estas práticas e posições e, além disso, cobrando da universidade que, como consequência da sindicância aberta, seja adota uma atitude enérgica e exemplar. Desta forma que poderemos ceifar este tipo de manifestações, sem jamais silenciar e deixar-se intimidar.
Estas posições do Alff não são uma exceção, cotidianamente, com uma frequência perturbadora, vislumbramos cenas de intolerância e preconceito. Infelizmente, estas manifestações demonstram o longo caminho que ainda temos que trilhar para superar definitivamente estas reminiscências obscurantistas que teimam em sobreviver e que muitas vezes, tentam ganhar espaço e adesão a partir de contornos “pseudocientíficos”.
É dever de todas e todos que defendem uma sociedade mais justa, solidária e democrática, que tenham uma ação permanente de combate e superação de todas as formas de preconceito e racismo, do contrário, veremos as “sombras cobrirem as luzes” com tristes e perversas consequências.
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4 comentários:
Ilustre Colega ( mas equivocado ou - tomara que naum - mentiroso ):
Gostaria , em princípio de lhe responder pessoalmente , se assim permitir , por esse texto ! Emeio do " Colega-tio " : jfranciscoalff@gmail.com !
Na expectativa !!!!!!!
Verme ( e que os verdadeiros me perdoem ) :
Notariado ! Infelizmente a parte penal " estah " prescrita mas na cível restam - me + de 2 anos !!!!!!!!!!
Caro Alff
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