Fazia já um bom tempo que o José Serra não aparecia aqui pelo blog. Em geral, após a sua acachapante derrota para Dilma no segundo turno das eleições de 2010, as notícias relacionadas ao Serra eram apenas tentativas de um moribundo tentar "renascer" das cinzas.
No entanto, foi através da sua conta no twitter que Serra apronta mais uma das suas e nos obriga a citar este prócere do neoconservadorismo brasileiro.
A Câmara aprovou o texto-base da medida provisória (MP) que autoriza a União a oferecer garantia para um empréstimo de até R$ 20 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao consórcio construtor do Trem de Alta Velocidade (TAV), conhecido como trem-bala. O projeto do trecho, que ligará Campinas (SP) ao Rio de Janeiro deverá ter um forte impacto para o desenvolvimento.
Além da permissão de financiamento ao consórcio, o projeto também prevê a criação da ETAV (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A), que seria vinculada ao Ministério dos Transportes.
E não é que o Serra acha este grande projeto um absurdo? Nas palavras do Serra, reproduzidas na imagem acima, ele classifica como "Um projeto absurdo foi aprovado na Câmara Federal pelo governo: o trem bala SP-RJ. Ah, sim, cria tb uma nova empresa estatal."
Para Serra, mantendo sua veia privatista, o ideal é um estado cada vez menor, sem capacidade indutora alguma. Outra crítica do Serra é que o trem irá transportar apenas pessoas e não cargas. Um erro grotesco, se pensarmos que hoje no país a malha ferroviária encontra-se completamente desmobilizada, um projeto destes pode ser o impulso necessário para uma retomada vigorosa do transporte de passageiros por via férrea.
Pensando em uma sociedade que, necessariamente, deve encontrar alternativas ao já esgotado modelo rodoviário, o Governo Dilma marca um "golaço" ao dar prosseguimento ao projeto do trem bala. E o Serra, mais uma vez, perde uma boa oportunidade de permanecer calado.
5 comentários:
É fundamental que as grandes cidades brasileiras, tal como ocorre na Europa e EUA, tenham metrô e que o Brasil inteiro seja ligado pela via ferroviária. Serra não disse que é contra o trem Bala, ele disse que poderia se colocar trem de carga também e criticou -- com certa razão -- a criação de mais uma e$statal.
É contra a estatal pq acredita que o "deus mercado" resolveria, com sua "mão-invisível"? Até hj nunca resolveu, chega a parecer ingenuidade, para dizer o mínimo, acreditar nessas soluções "mágicas" que nunca houveram.
Para este infeliz, a ausência de pedágios é um absurdo.
Apoiando a questão "estatal": http://guerrilheirosvirtuais.blogspot.com/2011/04/fukushima-e-o-golfo-do-mexico-confirmam.html
O mercado tem que ser controlado e, sobretudo, regulamentado. Mercado não pode circular livremente. Sou apenas contra a criação de estatais, como vem ocorrendo nos últimos anos no Brasil. O necessário controle do estado sobre a atividade econômica pode ser feito de outras formas.
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