“Casamento real” e os súditos da mídia
Por Altamiro Borges
A busca por audiência não deve ser a única justificativa para a overdose midiática na cobertura do “Casamento Real”. Revistonas dão capas melosas para a união do príncipe William com a “plebéia” Kate. Jornalões gastam papel com fofocas e futricas. O pior, porém, ocorre nas emissoras de televisão – em todas elas, sem exceção. Blocos e blocos nos telejornais para divulgar banalidades.
A mídia corporativa parece adorar a vassalagem. É servil diante das monstruosidades imperiais dos EUA, assim como é vassala diante da monarquia decadente da Grã-Bretanha. A mídia dominante reproduz a ideologia das classes dominantes. Criminaliza os pobres e reverencia os ricaços – inclusive as ostentações e sandices da decrépita “família real”.
Monarquia decadente e parasitária
Na difusão dos valores “morais” da aristocracia, a imprensa sensacionalista deixa de lado até as agruras do capitalismo no país. No primeiro trimestre deste ano, o PIB britânico cresceu apenas 0,5% - após uma contração, também de meio por cento, nos últimos três meses de 2010. Milhões de trabalhadores estão sem emprego e salário, mas a mídia só fala no tal “casamento real”.
A decadente monarquia agradece tanta vassalagem. Com as festanças, ela tenta sair do atoleiro. No ano passado, a “família real” foi obrigada a cortar 12,2% das despesas oficiais com sua vida parasitária. Mesmo assim, a realeza custou mais de 46,1 milhões de euros para os contribuintes britânicos – seis vezes mais do que outra monarquia decadente, a da Espanha.
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5 comentários:
nem conseguiram acabar com a monarquia e querem se meter na nossa democracia...
é verdade!!!
Boa amigo! posso usar o seu comentário em questão no meu blog? Claro que darei o devido crédito. aguardo a resposta.
Claro João, sem problemas!
Um abraço
Um milhão de pessoas foram às ruas comemorar o casamento real em Londres. Um amigo inglês me disse hoje: o ibope da familia real hoje é muito maior do que na época do casamento do Charles com a Lady Di. Coisas da vida. Eu adoro os paradoxos dos nossos tempos.
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