Arte: Kayser
Muito se falou de que a direita golpista gestionava uma "denúncia bomba" contra Dilma, que seria um tiro certeiro para derrubar a candidatura petista; a chamada "bala de prata".
A tal bala de prata não venho, e provavelmente não virá (como bem colocou o Carta Maior em editorial reproduzido abaixo). O fato concreto é que, tanto as pesquisas quanto as ruas de qualquer cidade do Brasil demonstram: a "onda" vitoriosa de Dilma segue crescendo.
Os tucanos e a mídia insistem em tentar adotar uma linha errática, que hora parte para o ataque direto ao governo Lula e a candidatura Dilma, e outras vezes, tentam se mostrar como continuadora (de forma fajuta) do atual governo. Fato é que, até o momento, nada indica que terão êxito.
Em duas semanas de medição do tracking Vox Populi Band/iG, o cenário presidencial se mostra estável e com pouca variação. A candidata do PT, Dilma Rousseff, oscilou cinco pontos percentuais neste período, ficando entre 51% e 56% das intenções de voto. Já o tucano José Serra permaneceu entre 21% e 25%.
Na análise do cientista político Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas e publicada no IG, as denúncias em questão afetam somente alguns segmentos da classe média e têm pouca importância para a camada mais pobre. "O tema sigilo fiscal não é de fácil compreensão para a maioria dos brasileiros. Além disso, muitos enxergam as acusações como algo oportunista, exagerado".
FALTAM TRES SEMANAS
Serra já tentou todas as máscaras; de neo-lulista a sucessor de Alvaro Uribe no comando da direita lationamericana. Fez-se passar por vítima e depois caluniou com sofreguidão. Não parou de cair nas pesquisas mas, sobretudo, algo que os isentos comentaristas fingem não ver, a forma arestosa como faz política, encharcada de falsidade quase colegial, inspira cada vez mais repulsa, mesmo entre seus pares. Serra tem 32% de rejeição, contra 27% de apoio nos levantamentos do complacente instituto de pesquisas da família Frias, cuja aderencia à campanha demotucana não é mais objeto de discussão. Serra vai receber a extrema unção política
dia 3 de outubro ou em seguida, no 2º turno. O conservadorismo nativo sabe que ele é um fósforo queimado. Jamais será cogitado novamente como um líder aglutinador. A exemplo de certos colunistas e veículos,
porta-vozes da direita e da extrema-direita nativa, Serra sabe que perdeu o bonde da história e quer vingança. Eles já teriam disparado a bala de prata se ela existisse. Não conseguiram uma. Resta-lhes o método
da saturação. Expelir diariamente acusações, calúnias, falsas denúncias, insinuações, preconceitos, mentiras. Requentar velhos temas, criar uma nuvem de ilações descabidas. Recriar, enfim, o artifício udenista de um
mar de lama em torno do governo, do PT, de Lula e Dilma na esperança de que, ao menos, sua derrota seja também uma derrota da democracia.Quem sabe capaz de reproduzir no país uma classe média de vocação golpista, a exemplo do que a direita conseguiu na Venezuela. Serra, os petizes da Veja, os aliados espalhados na mídia demotucana em geral, não tem o talento de um Carlos Lacerda. Nem a coragem dos golpistas que íam às ruas apregoar abertamente a derrubada de governos. O que eles possuem de mais perigoso no momento é a consciência de que não tem mais nada a perder. Derrotados, pior que isso, desmoralizados como incompetentes
entre seus próprios pares, atingiram aquele ponto em que são capazes de qualquer coisa. Faltam tres semanas para as eleições. A barragem de fogo vai se intensificar. Contra o jogral da mídia pró-Serra, o Presidente
Lula terá que usar todo o peso de sua liderança popular para consumar a vitória das forças democráticas contra uma direita disposta a se transformar em carniça para incomodar até depois de morta.
(Carta Maior; 12-09)
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