O caso dos 500 hambúrgueres estragados do McDonald's

Recebi a notícia (acesse aqui) de que a polícia de São Paulo flagrou mais de 500 hambúrgueres vencidos em uma lanchonete do McDonald's na zona sul da capital paulista.
Confesso que não chego a ficar completamente surpreendido, me lembrei de uma situação igualmente absurda que ocorreu  em fevereiro deste ano, na Inglaterra, em que um adolescente por pouco não se feriu ao comer um hamburger de galinha do McDonald's. No recheio do sanduíche estava escondida uma escova de fios metálicos de 12 cm de comprimento (confira aqui no Daily Mail). Tal situação grotesta, ainda que não cotidiana, não chega a ser algo completamente "anormal".
Isto ocorre muito pela busca por lucros a todo e qualquer custo que tende a produzir situações absurdas como estas com grande frequência. Alia-se a isto a total prercarização da mão-de-obra e uma super-exploração de seus funcionários, estão colocadas as condicionantes principais para a qualidade ao consumidor ser relegada a último plano. O que me pergunto é, quantas blitz deste tipo que ocorreram em SP são feitas nas demais filiais da rede norte-americana pelo país afora? Quantas pessoas não consumiram carne estragada (pagando caro) sem saber?
Em geral as pessoas são induzidas a acreditarem que, pela força da marca, jamais estariam consumindo um produto que estaria em situação imprópria para o consumo humano. Nem vou aqui entrar no mérito do que representa o consumo dos lanches do Mc Donald's e seu "custo social" perverso. Mas sim que, apesar de todo o investimento de marketing da rede pelo mundo afora, eles não se atentam quanto ao mais básico e elementar das questões que envolvem a comercialização de alimentos: a qualidade (mínima) para o consumo de seus clientes.
Poderá alguém dizer que isto não passa de um caso isolado. Até podemos, em um exercício de complacência com eles, acreditar nisso. Mas quando se percebe que, a fiscalização tende a ser muito "flexível" com os grandes grupos econômicos e rígidos com os pequenos, nos permite perguntar: até quando se permitirá que questões como essa, que envolvem a segurança alimentar de milhares de pessoas será secundarizada pela ganância de alguns poucos? Quando poderemos garantir que situações como esta não se repitam?