Derrapada na Feira do Livro de Porto Alegre


Otimo post extraído do blog Diario Gauche, que eu apenas acrescentaria entre as infelicidades cometidas na definição da arte do cartaz da feira, a lembrança que me ocorreu a primeira vez que eu o vi com o recente escandalo envolvendo uma certa "casa" da nossa governadora que ainda segue muito mal explicado.

Criatividade em tempos de crise

Quem será o autor do cartaz publicitário da Feira do Livro de Porto Alegre, edição 2008?
É muito ruim o tal cartaz. Está assinado pela agência de publicidade denominada Matriz. Mostra a representação da fachada de uma casa construída com livros, simulando duas colunatas fake, dois chaminés de lareiras, varanda superior e térrea, evocando uma estética arquitetônica vitoriana/norte-americana.
Nada mais infeliz. A pessoa que concebeu isso teve a criatividade roçando o nível jegue. A crise financeira na qual o mundo chafurda originou-se na farra do crédito fácil baseado em hipotecas do quê mesmo? Ora, de casinhas simpáticas tal qual essa retratada no cartaz da agência Matriz.
E o slogan, então?
“Ler enriquece”. Falando de corda em casa de enforcado. Valoração de mau gosto para a conjuntura bicuda que vivemos. Ler enriquece e uma casinha estilo e-o-vento-levou (hipotecada) ao lado. Este é o cartaz oficial da 54ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Inacreditável.

4 comentários:

Alberto - Porto Xavier - RS disse...

Cara, o cartaz ficou bonito. Estou por dentro de todos os escândalos envolvendo querida Governadora. Mas em nenhum instante o cartaz me remeteu à lembrança dela, ou das sub-primes.
Um cartaz é um cartaz é um cartaz. Sei que há muita coisa manipulada na imprensa, contra e a favor, mas, convenhamos, não é o caso aqui.
A única lembrança que me ocorreu refere-se aos livros. Nada mais.
Mas, cada um com suas teorias. Forte abraço.

ERick disse...

Olá Alberto.
Na verdade, a interpretação que eu fiz do texto do Cristovão (do blog Diario Gauche) seria uma critica do ponto de vista simbólico. Não de que haveria alguma teoria da conspiração nem nada disso. Mas sim uma critica do ponto de vista da representação de valores, principalmente frente ao atual momento do mundo, que exige mais do que nunca uma inversão de determinados valores dominantes.
Um abraço.

Alberto - Porto Xavier - RS disse...

Concordo inteiramente contigo, Erick. Eu sou um que parei de ler a Veja há muitos anos, acreditando que era apenas incompetência o que eu lia ali. Mas, logo percebi, era apenas uma grande estratégia orquestrada pelo pensamento dominante, encabeçada pela "grande mídia".
Mas, o que há de se fazer contra isso? Nossos espaços são poucos. Um abraço.

Anônimo disse...

Convenhamos, é impossível ver este cartaz e não lembrar da "dama de barro"!