
As IES comunitárias surgem a partir da década de 1960, sobretudo no sul do Brasil. Dentro do quadro de governo autoritário instalado no país em 1964 tratava-se de uma nova estratégia de relacionamento do estado brasileiro com elites regionais. A consolidação do modelo se dá nas décadas de 80 e 90, com o predomínio do neoliberalismo e o fluxo cada vez maior de recursos públicos para estas instituições.
Hoje elas estão articuladas em nível nacional na Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (ABRUC), que reúne 52 instituições, incluindo aí as comunitárias em ‘sentido estrito’ e em ‘sentido amplo’, isto é, as confessionais. No Rio Grande do Sul o modelo comunitário se constitui no maior sistema de educação superior em atuação, congregando mais de 40 campi universitários, com 250 mil estudantes matriculados¹ . Aqui no estado elas estão organizadas no COMUNG – Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas. No país o ensino superior comunitário atingiu em 2006 o número de 1.543.176 estudantes matriculados, o que significa 33% das matrículas de graduação. Trata-se portanto de um segmento com ampla inserção e forte capacidade de organização.
Isto posto torna-se necessário para o movimento estudantil aprofundar o debate sobre as especificidades destas instituições, bem como do papel por elas jogado na disputa que envolve as alterações em curso no ensino superior. A ausência de uma elaboração programática capaz de dar conta das especificidades destas IES em um momento que cresce o lobby do setor junto ao governo federal pode nos conduzir a duas posturas igualmente danosas; ou adotamos o discurso homogeneizador, que tratando todas as instituições pagas do mesmo modo perde capacidade de intervenção, ou caímos no oposto, que é assumir o discurso das mantenedoras destas IES e passar a tratar o ‘modelo comunitário’ como uma alternativa viável de democratização do ensino superior no país.
Leia a íntegra deste artigo acessando aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário