O político norte-americano Al Gore foi justamente agraciado com o Prêmio Nobel da Paz de 2007. Sua luta em defesa do meio ambiente tem sido constante e incansável, assim como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que dividiu com Al Gore o grande prêmio. É muito bom que a Academia valorize a luta pela salvação do nosso planeta, quando os sintomas de aquecimento global e de degradação ambiental se tornam a cada dia mais graves, uma “verdade inconveniente”, segundo Al Gore. Só mesmo a conscientização em escala massiva, juntamente com atitudes governamentais, será capaz de preservar a Terra para as futuras gerações. E nisto tanto Al Gore como o Painel Intergovernamental têm cumprido um papel extremamente importante, catalizador de consciências e um sinal de alerta para milhões e milhões de pessoas.
Lembremo-nos que, em 2000, Al Gore foi derrotado em uma eleição fraudulenta para a Presidência dos Estados Unidos pelo “Nobel da Guerra”, George Bush, fato que para muitos analistas constituiu um golpe de estado branco. Mas, distanciados pelo tempo, hoje é possível afirmarmos que a derrota de Gore acabou sendo positiva. Livre das amarras impostas pela política oficial, ele pode se dedicar integralmente a um sonho que é o da luta pela salvação da Terra. Se eleito fosse – a não há dúvida alguma que ele é um milhão de vezes melhor do que Bush – Gore ficaria preso às engrenagens da política norte-americana e, particularmente do seu Partido Democrata, mais laico do que os fundamentalistas conservadores de Bush, mas ainda assim um partido do sistema, incapaz de romper a política imperialista que os Estados Unidos vem impondo ao mundo há décadas. O objetivo maior dos democratas é retomar o curso dos anos pré-Bush, a época de Bill Clinton, o que, obviamente, é uma impossibilidade histórica. O Partido Democrata tem exercido através dos anos o papel de fiel executor da política imperial norte-americana e nada garante que na Presidência dos Estados Unidos exerça uma administração voltada para a paz mundial. É bom não esquecer que a guerra do Vietnã foi levada a cabo por uma gestão do Partido Democrata. Assim, se fosse eleito, Al Gore dificilmente teria se livrado da política oficial estadunidense.
Após sua premiação com o Nobel da Paz, centenas de bem intencionados norte-americanos apelaram para que ele concorra às prévias do Partido Democrata para as eleições presidenciais norte-americanas. Felizmente, Al Gore reafirmou que esta perspectiva não está em seus planos e que ele pretende continuar a luta ambiental. Bom para ele e muito melhor para o nosso sofrido planeta.
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