Privatização da água avança no RS

Para a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), a venda de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul no mercado de capitais rendeu bons resultados e abriu precedentes para a entrada da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) na bolsa de valores. De acordo com o professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Vainer, a privatização de recursos hídricos tem caminhado a passos largos, sobretudo, nos países menos desenvolvidos. Mas, Vainer afirma que as conseqüências devem ser ruins para os brasileiros."
O que já começa a acontecer em vários países é que o custo da água se elevou extraordinariamente. No caso de abastecimento urbano criam-se situações monopolistas e, portanto, o ofertante da mercadoria tem condições extraordinárias de controle do mercado. Nós vamos ver parcelas crescentes da nossa população ou privadas da água ou sendo obrigadas a consagrar parcelas crescentes de suas rendas para sua aquisição. Em outros casos, nós vamos assistindo a degradação da qualidade da água".

O governo do Rio Grande do Sul argumenta que a empresa permaneceria sobre controle estatal porque só parte das ações seriam vendidas. No entanto, especialistas chama isto de "privatização branca", porque as empresas que já lucram com a água hoje têm muita força para pressionar por uma abertura completa das ações futuramente. De acordo com Vainer, os grupos que controlam os recursos hídricos envolvem empresas específicas do setor, como a francesa Suez, mas também indústrias metalúrgicas e siderúrgicas - como a Alcoa e a Vale do Rio Doce, as grandes empreiteiras, como a Odebrecht, e o capital financeiro, como o Bradesco.


Fonte: Radioagência NP por Vinicius Mansur.

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