O Fracasso da saúde na gestão Fogaça

Na campanha eleitoral, Fogaça admitia que as gestões petistas na Capital haviam mudado a cara da cidade. Mas como precisava tornar deglutível aos porto-alegrenses uma mudança no comando do município, inventou um slogan que pregava “fica o que tá bom, muda o que não tá ”. E entre as poucas coisas que incluía no que não estava bom, Fogaça citava sempre a saúde. Prometendo acabar com as filas e garantir atendimento digno a todos, Fogaça escolheu para a área, “um nome acima dos partidos”. Este nome foi Pedro Gus, proctologista que já havia sido Diretor de Saúde Pública da Prefeitura de Porto Alegre, diretor da Associação Médica do RS, conselheiro do Cremers e até presidente do Sindicato Médico do Estado. Era, segundo Fogaça, “um homem de gestão” e havia provado sua competência no comando do Hospital de Clínicas. Acima de tudo, conforme o prefeito, Gus “tinha bom trânsito entre os colegas”. Esta característica foi reforçada porque ainda durante a campanha, assessorados pelo inopinável José Barrionuevo, alguns médicos criticaram muito as gestões petistas.

Tudo parecia caminhar bem até que o Sindicato dos Médicos do RS resolveu promover uma interdição ética no Postão da Cruzeiro, o “pronto socorro” da Zona Sul porto-alegrense. Segundo o sindicato, por absoluta falta de investimentos municipais, não há condições para o exercício da medicina naquele local. Associe-se à interdição a falta de medicamentos e a péssima qualidade do atendimento, e se terá então a explicação para a cogitada e já quase confirmada saída de Pedro Gus do cargo de secretário municipal de Saúde. Oficialmente, o secretário está em férias, mas na Prefeitura já é dada como certa sua substituição pelo vice-prefeito Eliseu Santos. Na lógica de Fogaça, Gus não tava bom, portanto, não fica. Difícil desta vez será convencer os porto-alegrenses que o polêmico ex-deputado/pastor do PTB vai dar certo na nova função. Afinal, o currículo de Eliseu nem de longe se compara ao de Gus, sua relação com a categoria é marcada por desentendimentos contínuos e, definitivamente, ele não está acima dos partidos.

Fonte: RS Urgente

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