O Twitter teve seu acesso bloqueado pelo governo turco nesta semana. Erdogan ameaça ampliar a censura na rede e tenta colocar em cheque os protestos e a forte oposição que seu governo é alvo.
Por Erick da Silva
Já vimos isso no Egito durante a chamada "primavera árabe", agora é a vez da Turquia, do
primeiro-ministro Erdogan apostar no bloqueio da rede para salvar sua própria pele. O Twitter teve seu acesso bloqueado pelo governo turco nesta semana. É uma tentativa de colocar em cheque os protestos e a forte oposição de que seu governo é alvo.
Erdogan, afirmou num comício que realizou na cidade Bursa: "Arrancaremos o Twitter e as outras redes pela raiz. Não importa o que a comunidade internacional possa dizer". Paradoxalmente, Erdogan fez estas afirmações num discurso de mais de duas horas e simultaneamente, em tempo real, algumas frases da sua intervenção eram publicadas na sua conta oficial no twitter, que tem mais de 4 milhões de seguidores.
As redes sociais foram uma arma de mobilização e divulgação de ideias durante os protestos contra Erdogan e as suas políticas no ano passado. Milhares de pessoas protestaram por todo o país, um movimento que nasceu de uma queixa ambiental – em Istambul, uma parte da população revoltou-se para evitar a construção de um centro comercial no parque Gezi, um das muitas mega construções que Erdogan quer deixar como legado.
Erdogan quer também restringir o uso de outras redes sociais, como o YouTube, onde foram divulgadas conversas telefônicas que o envolvem em práticas de corrupção e abuso de poder.
Nesta terça-feira, a polícia turca, agrediu e prendeu 14 membros do Partido da Liberdade e Solidariedade (ODP) e três do Partido Comunista Turco na sequência de um assalto violento a um local de reunião em Edirne (ver notícia em esquerda.net).
No próximo dia 30 de março de 2014 se realizarão eleições locais na Turquia.
Por mais óbvio que possa parecer, de fato, quando confrontado com a censura total das redes, ainda que novas formas alternativas de comunicação possam emergir, inegavelmente o movimento sobre um profundo abalo. Será que os movimentos na Turquia conseguiram contornar estes desafios conjunturais e manter sua mobilização? Esta é a questão fundamental que se coloca e pode ser vital para o futuro do movimento.
Com informações do Público e Esquerda.net
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário