EUA e China - o uso hipócrita dos direitos humanos


As manchetes dos jornais locais tem dado grande destaque para o encontro entre os presidentes dos EUA, Barack Obama, e o presidente da China, Hu Jintao, em solo americano.
O pano de fundo principal do encontro são de ordem econômica. Acordos bilaterais bilionários estão sendo firmados, Obama busca fôlego para recuperar a combalida economia norte-americana e Hu Jintao tenta manter o vigoroso crescimento econômico chinês. Ainda que muitos não desconheçam estes acordos, boa parte dos analistas tem dado grande destaque para o tema dos direitos humanos, como se este tivesse uma dimensão central nas conversações entre as duas nações.
No entanto, há uma evidente hipocrisia nestas analises. Se por um lado existem sim graves problemas no tema dos direitos humanos por parte da China, os EUA estão longe de ser um exemplo irretocável. Ainda que os EUA reiteradas vezes tentem se colocar como paladinos da defesa dos direitos humanos, na prática o que se observa é uma longa distância entre a retórica e a realidade.
Não custa lembrar que boa parte dos atuais conflitos bélicos no mundo tem a presença, direta ou indireta, dos EUA. Nos casos dos conflitos no Iraque e no Afeganistão, protagonizados diretamente por eles, são inúmeras as denúncias de violação e crimes de guerra cometidos pelo exército estadunidense. Não esquecendo da aberração da prisão de Guantánamo, que materializa de forma inequívoca o “apreço” dos EUA pelos direitos humanos.



Na prática, temos muito mais hipocrisia do que de fato uma preocupação real com a defesa dos diretos humanos. No terreno da política externa, a China tem mostrado-se muito mais propensa a paz que os EUA. Se olharmos para a política interna, tanto os EUA como a China, adotam o expediente da pena de morte para infratores.
Se alguém acha que o estado ceifar a vida de alguém não é um desrespeito frontal ao mais elementar dos direitos humanos, o direto a vida, o que seria uma violação então? Se queremos de fato defender a universalização e ampliação dos direitos humanos, porque não defender que tanto a China quanto os EUA acabem com a pena de morte?

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