Acusado de chefiar quadrilha, Jungmann tenta barrar investigação

Os procuradores da República José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho afirmaram hoje que o recurso do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) contra a ação de improbidade administrativa demonstra que "que ele não deseja ser investigado, processado e julgado pela Justiça Brasileira".
A Procuradoria da República no Distrito Federal entrou com ação contra Jungmann, acusado de comandar um esquema de desvio de recursos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Segundo a Procuradoria, o esquema desviou R$ 33 milhões de recursos públicos.Em reação, a defesa do parlamentar entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com o argumento que o trâmite da ação na Justiça Federal usurpa a competência do Supremo para julgar o deputado, que tem a prerrogativa do foro privilegiado. Jungman era ministro do Desenvolvimento Agrário na época das irregularidades apontadas na acusação da Procuradoria.Segundo os procuradores, a questão do foro privilegiado já foi superado por uma decisão anterior do próprio STF, que declarou inconstitucional a lei 10.628/2002, a respeito dessa prerrogativa em ações por improbidade.Silva e Branquinho afirmam que, ao julgar o recurso do deputado, o Supremo vai decidir é se um agente público pode ser processado e punido pela Lei de Improbidade.Na interpretação dos procuradores, "caso prevaleça a tese da não aplicação da lei de improbidade à agente político, o estímulo à corrupção será a conseqüência natural".Eles afirmam ainda que, caso o STF defira a liminar pedida pelo advogado de Jungmann, o processo será paralisado e que a Justiça não vai analisar nenhum elemento apresentado pelo Ministério Público Federal contra o deputado.
Ou seja, o Deputado que esteve sempre com grande presença na mídia como baluarte da "ética" na política não aceita que seja investigado, lembrando aquela máxima do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".

Com informações das agências

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